Kátia Abreu defende comida barata com renda para o produtor, no primeiro dia do 11º Agrocafé

Publicado em 09/03/2010 13:20

Estão matando a galinha dos ovos de ouro do Brasil. A referência à fábula de Esopo ilustrou o alerta da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) na palestra que abriu a programação do 11º Simpósio Nacional do Agronegócio Café, que começou ontem (8) e acontece até amanhã (10) em Salvador. Para uma platéia de mais de 600 produtores do grão, Kátia Abreu criticou as políticas agrícolas e de abastecimento do Brasil, que, segundo ela, acertam ao garantir alimento barato e abundante para o brasileiro, mas pecam por debitar essa conta ao produtor rural.

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Segundo a presidente da CNA, entre as décadas de 60 e 70, as famílias brasileiras destinavam 48% da sua renda para a alimentação. Hoje, a mesma família gasta 18% para colocar comida na mesa, e o restante fica livre para o consumo de outros bens, possibilitando o crescimento do país.

“Mas esses ganhos representam uma perda na mesma proporção para os produtores”, afirmou, defendendo políticas atreladas a um programa que assegure a renda do produtor rural, assim como em países como o Japão e os Estados Unidos.

 

De acordo com Kátia Abreu, no Brasil o produtor vive esmagado entre duas cadeias agroindustriais: a dos insumos e a que compra a matéria prima para a transformação. Por isso, ele não forma preço e sim toma preço. Como se não bastasse, enfrenta uma carga tributária de 79%, além dos problemas de falta de estrutura logística para o escoamento da safra que fazem com que, em estados como o Mato Grosso, o frete represente cerca de 50% da safra agrícola. Kátia Abreu destacou ainda a inadequação da legislação trabalhista, que impõe, através da NR31, 252 exigências para o produtor rural.

 

Ao final da palestra, Kátia Abreu apresentou o vídeo sobre o Projeto Biomas, um amplo programa de pesquisa financiado pela CNA, junto à Embrapa, que investirá R$ 20 milhões ao longo de nove anos para construir unidades demonstrativas em fazendas de cada bioma brasileiro, que servirão de referência científica para a correção de eventuais equívocos ambientais nas áreas sensíveis. As pesquisas envolverão 350 pesquisadores.

 

O Agrocafé, um dos mais importantes acontecimentos do calendário da cafeicultura nacional, é promovido pela Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Centro de Comércio de Café da Bahia.
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Agripress

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1 comentário

  • Celio Porto Fernandes Filho Espírito Santo do Pinhal - SP

    Sem duvida o produtor &eacute; o elo mais fraco de toda a cadeia produtiva. Unir-se,organizar-se,estruturar-se em Cooperativas de produ&ccedil;&atilde;o seria o primeiro passo a tomar buscando compor-se como um Agronegocio.O que vai de encontro a interesses economicos das modernas e eficientes Agroindustrias instaladas. Essa uni&atilde;o de produtores de todos os setores produtivos necessariamente ter&aacute; que crescer pelos seus proprios meios e recursos,n&atilde;o vejo qualquer incentivo ao agronegocio nesse Pa&iacute;s.O mais simples que seja, didatico apenas j&aacute; seria uma primeira semente.

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