RS: Estudo levantará potencial das hidrovias no Estado

Publicado em 18/01/2010 06:48

Em março deverá ser organizado um encontro que reunirá representantes da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), governo do Estado, Assembleia Legislativa e Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para discutir as hidrovias gaúchas. O presidente da ABTP, Wilen Manteli, adianta que desse evento deverá sair uma proposta para a realização de um estudo para levantar as potencialidades desse modal logístico no Estado.

O dirigente relata que a expectativa é reunir representantes de cerca de 45 municípios ribeirinhos. Ele enfatiza que há um grande potencial de transporte de cargas, turístico, de lazer e esportivo a ser explorado no Rio Grande do Sul. Manteli acredita que é possível aumentar o fluxo de cargas em contêineres e de produtos ligados ao setor de agronegócios pelos rios. Ele também ressalta que os maiores investimentos que precisariam ser feitos na hidrovia gaúcha já foram realizados, como é o caso da implantação de eclusas (obra que ajuda a resolver problemas com desníveis dos rios).

Manteli lembra que uma embarcação na hidrovia pode transportar de 150 a 200 contêineres e isso significa retirar das estradas o mesmo número de caminhões. O presidente da ABTP defende que o Rio Grande do Sul pode se espelhar em exemplos como o da região do Mississipi, nos Estados Unidos, e o da Holanda para desenvolver suas vias fluviais.

Conforme o deputado estadual Sandro Boka (PMDB), a reunião de março também será aproveitada para convencer os prefeitos a regularizar as áreas que margeiam os rios e a Lagoa dos Patos e criar projetos de incentivos fiscais para a atração de investimentos nesses locais. O deputado lembra que algumas cidades já apresentaram interesse em desenvolver portos fluviais como é o caso de Canoas, Tapes e Arambaré.

Boka pretende convidar a governadora Yeda Crusius e o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Daniel Andrade, para apresentar o projeto elaborado por uma comitiva holandesa que tem como objetivo planejar futuros investimentos. Em meados de 2009, a pedido do governo do Estado, o presidente da Associação dos Portos de Amsterdã (Amport), Wim Ruijgh, apresentou propostas para o desenvolvimento da hidrovia gaúcha. Os holandeses apontaram entre as possíveis oportunidades o transporte de cargas a granel de Cachoeira do Sul a Rio Grande. O coordenador da diretoria de Infraestrutura Hidroviária do Dnit, Paulo Roberto Coelho de Godoy, informou que o governo federal tem interesse em promover a chamada hidrovia do Mercosul. A intenção é reativar o porto de Santa Vitória do Palmar e iniciar a navegação pela Lagoa Mirim ainda em 2010.

Apelo ambiental beneficia o transporte por rios

O cenário atual, em que as mudanças climáticas e os impactos ambientais são temas da imprensa internacional, contribui para que as hidrovias sejam melhor aproveitadas. O deputado estadual Sandro Boka (PMDB) salienta que o transporte por embarcações apresenta uma emissão de gases muito inferior à verificada com a movimentação de cargas realizada por caminhões.

Outro ponto enfatizado pelo deputado é que existe hoje um gargalo logístico no Rio Grande do Sul concentrado na BR-116. A rodovia é um dos principais acessos ao porto do Rio Grande. Segundo ele, a rodovia encontra-se com um fluxo de veículos muito intenso. “A grande saída para o transporte ao porto será a hidrovia e temos que nos preparar desde já para essa questão”, defende Boka O diretor operacional da Navegação Aliança, Ático Scherer, concorda sobre as vantagens das hidrovias e que será útil realizar um estudo sobre as possibilidades que o modal apresenta para as cidades gaúchas. Ele, inclusive, sugere a criação de um conselho de desenvolvimento dos municípios ribeirinhos para apresentar a potencialidade de cada lugar.

“Mas, para desenvolver essas ideias, é preciso mapear as condições da hidrovia”, alerta o dirigente. Ele acrescenta que ainda há uma burocracia muito grande para a implantação de projetos na via fluvial. Scherer comenta que o aumento de fluxo de cargas pelas hidrovias implicaria a construção de novas embarcações e, por consequência, o aquecimento da economia e a geração de postos de trabalho.

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Fonte:
Jornal do Comércio

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