Usinas de cana rebatem promotor
Publicado em 23/12/2009 07:00
Unica diz que comentários sobre o etanol "têm pouco a ver" com a realidade do setor. Críticas foram em resposta a entrevista dada à Folha em que promotor apontou danos ambientais da produção de açúcar e álcool combustível
A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), maior organização representativa das usinas de açúcar e bioetanol do Brasil, criticou as declarações feitas a respeito do setor pelo promotor de Justiça do Ambiente Marcelo Goulart.
Em entrevista publicada na edição de segunda-feira da Folha, Goulart apontou o que seriam danos ambientais causados pela produção de açúcar e álcool combustível. E disse que o Estado de São Paulo está virando "um grande canavial".
Disse Goulart na entrevista: "A queima do combustível álcool também polui, e o processo de produção do álcool é sujo. Temos a queima da cana, o desmatamento, o uso incontrolado de insumos químicos (...). Mais: a produção do álcool exige economia de escala, que somente se viabiliza nesse padrão de produção baseado na monocultura e na concentração fundiária. São Paulo está se tornando um grande canavial".
Nada a ver
Segundo a Unica, os comentários do promotor sobre o etanol "têm pouco ou nada a ver" com a realidade do combustível ou do setor que o produz.
Informa nota divulgada pela Unica: "Como exemplo, o promotor critica a queima da cana como se ela fosse eterna, sem explicar que essa prática tem data para acabar em São Paulo graças ao sucesso do Protocolo Agroambiental, assinado em 2007 entre a indústria da cana e o governo do Estado. Estima-se que até 2014, a queima estará eliminada em mais de 90% das áreas plantadas no Estado. Nas restantes, hoje consideradas não mecanizáveis, a queima deve terminar até 2017".
A entidade negou que a expansão da cana ocorra em áreas de vegetação nativa. Segundo a Unica, 99% da expansão ocorre em áreas já ocupadas por agricultura ou pastagens, "e não à custa de desmatamento".
A Unica também contestou o prognóstico do promotor para o álcool combustível. Segundo Goulart, o futuro não estaria no álcool, mas em outras fontes alternativas, como o hidrogênio e a eletricidade. "Diria que o álcool é um combustível de transição. Não terá vida longa."
Para a Unica, a visão do promotor "está na contramão das dezenas de lideranças mundiais, que têm afirmado sucessivamente que a indústria da cana no Brasil representa um processo exemplar de substituição de combustíveis fósseis, mitigação de emissões ligadas ao efeito estufa, com perspectivas extraordinárias na área de bioplásticos e hidrocarbonetos de origem agrícola, entre várias frentes."
Baseado em Ribeirão Preto, Goulart moveu, somente em 2009, 55 ações civis públicas em defesa do ambiente.
Sua atuação é polêmica porque ele não poupa usinas consideradas exemplares na produção de produtos alternativos, como a do grupo Balbo, maior produtor mundial de açúcar orgânico, que teve financiamento bancário de R$ 50 milhões bloqueado pela ação do promotor.
Em entrevista publicada na edição de segunda-feira da Folha, Goulart apontou o que seriam danos ambientais causados pela produção de açúcar e álcool combustível. E disse que o Estado de São Paulo está virando "um grande canavial".
Disse Goulart na entrevista: "A queima do combustível álcool também polui, e o processo de produção do álcool é sujo. Temos a queima da cana, o desmatamento, o uso incontrolado de insumos químicos (...). Mais: a produção do álcool exige economia de escala, que somente se viabiliza nesse padrão de produção baseado na monocultura e na concentração fundiária. São Paulo está se tornando um grande canavial".
Nada a ver
Segundo a Unica, os comentários do promotor sobre o etanol "têm pouco ou nada a ver" com a realidade do combustível ou do setor que o produz.
Informa nota divulgada pela Unica: "Como exemplo, o promotor critica a queima da cana como se ela fosse eterna, sem explicar que essa prática tem data para acabar em São Paulo graças ao sucesso do Protocolo Agroambiental, assinado em 2007 entre a indústria da cana e o governo do Estado. Estima-se que até 2014, a queima estará eliminada em mais de 90% das áreas plantadas no Estado. Nas restantes, hoje consideradas não mecanizáveis, a queima deve terminar até 2017".
A entidade negou que a expansão da cana ocorra em áreas de vegetação nativa. Segundo a Unica, 99% da expansão ocorre em áreas já ocupadas por agricultura ou pastagens, "e não à custa de desmatamento".
A Unica também contestou o prognóstico do promotor para o álcool combustível. Segundo Goulart, o futuro não estaria no álcool, mas em outras fontes alternativas, como o hidrogênio e a eletricidade. "Diria que o álcool é um combustível de transição. Não terá vida longa."
Para a Unica, a visão do promotor "está na contramão das dezenas de lideranças mundiais, que têm afirmado sucessivamente que a indústria da cana no Brasil representa um processo exemplar de substituição de combustíveis fósseis, mitigação de emissões ligadas ao efeito estufa, com perspectivas extraordinárias na área de bioplásticos e hidrocarbonetos de origem agrícola, entre várias frentes."
Baseado em Ribeirão Preto, Goulart moveu, somente em 2009, 55 ações civis públicas em defesa do ambiente.
Sua atuação é polêmica porque ele não poupa usinas consideradas exemplares na produção de produtos alternativos, como a do grupo Balbo, maior produtor mundial de açúcar orgânico, que teve financiamento bancário de R$ 50 milhões bloqueado pela ação do promotor.
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Fonte:
Folha de SP
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