Inadimplência no setor agrícola de Mato Grosso chega a 50%
Publicado em 24/11/2009 09:32
Com a safra 09/10 de soja na reta final, os produtores mato-grossenses vivem o sobressalto do endividamento agrícola e o temor de um fracasso no próximo ano. As dívidas, de acordo com entidades produtoras, estão na casa de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões e a inadimplência no pagamento das parcelas já chega a 50%.
“Não sabemos mais qual o montante exato da dívida. O problema é tão grande que a situação fugiu do controle do produtor. Nem mesmo ele sabe quanto deve”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis, Ricardo Tomczyk.
Ele disse que a indefinição do governo federal em relação à rolagem das dívidas criou uma nova “bola de neve” e os produtores estão sem rumo. “Já cobramos do governo uma definição, mas nenhuma providência foi tomada até agora. Os bancos alegam dificuldades e o produtor também já não têm fôlego para correr atrás. Não temos mais propostas a fazer, o governo precisa tomar uma atitude urgente”.
Tomczyk estima que as dívidas relativas a investimentos estejam em torno de R$ 6 bilhões. “O nosso sentimento é de que a inadimplência continua alta. O BB não revela os números, é um buraco que ninguém sabe exatamente o tamanho que está”.
A inadimplência, segundo ele, se deve à perda de rentabilidade do produtor nos últimos anos. “A safra passada foi a mais cara da história. O preço de venda foi relativamente bom, a produção foi boa, mas os custos engoliram a margem e o produtor mais uma vez entra em uma safra nova sem dinheiro. As dívidas estão se acumulando cada vez mais, enquanto o governo se nega a negociar”, critica.
Os produtores pedem a imediata revisão do valor das dívidas, “que já não são mais compatíveis com a atividade. Queremos também a adequação das taxas de juro daqui para frente. Não podemos ter contratos novos com juros de 4,5% ao ano e contratos antigos, inclusive com problemas de inadimplência, com juros acima de 8%”, afirmou Tomczyk. Ele acredita que a “bomba” irá estourar no próximo ano.
“Não dá para jogar para frente. Tem de ser revisto o valor das dívidas, que não são compatíveis com a nossa atividade. É preciso também fazer uma adequação das taxas de juro daqui para frente. A parcela deve ser do tamanho da nossa renda. Acho que o descaso é tanto que parece que o presidente Lula está se esforçando para passar o problema para o próximo governo”.
SECURITIZAÇÃO/PESA – Outro problema dos produtores mato-grossense diz respeito ao endividamento do programa securitização/Pesa (Programa Especial de Saneamento de Ativos), criado para socorrer aqueles que estavam com dívidas vencidas de outras safras. No total, são 67 mil contratos de secutirização referentes ao financiamento das dívidas alongadas somente de 2005 e 2006.
Com a securitização, muitos produtores rolaram suas dívidas em 25 anos, num montante de até R$ 200 mil por CPF. Como a maioria dos agricultores devia acima desse valor, o governo federal criou o Pesa para completar a renegociação, com um prazo de 20 anos para o pagamento dos juros, em torno de 8%. “Mesmo assim, a grande maioria dos produtores não teve como pagar e deixou a atividade”. As dívidas da securitização/Pesa são oriundas da década de 80, relativas a investimentos, custeio e comercialização.
“Não sabemos mais qual o montante exato da dívida. O problema é tão grande que a situação fugiu do controle do produtor. Nem mesmo ele sabe quanto deve”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis, Ricardo Tomczyk.
Ele disse que a indefinição do governo federal em relação à rolagem das dívidas criou uma nova “bola de neve” e os produtores estão sem rumo. “Já cobramos do governo uma definição, mas nenhuma providência foi tomada até agora. Os bancos alegam dificuldades e o produtor também já não têm fôlego para correr atrás. Não temos mais propostas a fazer, o governo precisa tomar uma atitude urgente”.
Tomczyk estima que as dívidas relativas a investimentos estejam em torno de R$ 6 bilhões. “O nosso sentimento é de que a inadimplência continua alta. O BB não revela os números, é um buraco que ninguém sabe exatamente o tamanho que está”.
A inadimplência, segundo ele, se deve à perda de rentabilidade do produtor nos últimos anos. “A safra passada foi a mais cara da história. O preço de venda foi relativamente bom, a produção foi boa, mas os custos engoliram a margem e o produtor mais uma vez entra em uma safra nova sem dinheiro. As dívidas estão se acumulando cada vez mais, enquanto o governo se nega a negociar”, critica.
Os produtores pedem a imediata revisão do valor das dívidas, “que já não são mais compatíveis com a atividade. Queremos também a adequação das taxas de juro daqui para frente. Não podemos ter contratos novos com juros de 4,5% ao ano e contratos antigos, inclusive com problemas de inadimplência, com juros acima de 8%”, afirmou Tomczyk. Ele acredita que a “bomba” irá estourar no próximo ano.
“Não dá para jogar para frente. Tem de ser revisto o valor das dívidas, que não são compatíveis com a nossa atividade. É preciso também fazer uma adequação das taxas de juro daqui para frente. A parcela deve ser do tamanho da nossa renda. Acho que o descaso é tanto que parece que o presidente Lula está se esforçando para passar o problema para o próximo governo”.
SECURITIZAÇÃO/PESA – Outro problema dos produtores mato-grossense diz respeito ao endividamento do programa securitização/Pesa (Programa Especial de Saneamento de Ativos), criado para socorrer aqueles que estavam com dívidas vencidas de outras safras. No total, são 67 mil contratos de secutirização referentes ao financiamento das dívidas alongadas somente de 2005 e 2006.
Com a securitização, muitos produtores rolaram suas dívidas em 25 anos, num montante de até R$ 200 mil por CPF. Como a maioria dos agricultores devia acima desse valor, o governo federal criou o Pesa para completar a renegociação, com um prazo de 20 anos para o pagamento dos juros, em torno de 8%. “Mesmo assim, a grande maioria dos produtores não teve como pagar e deixou a atividade”. As dívidas da securitização/Pesa são oriundas da década de 80, relativas a investimentos, custeio e comercialização.
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Fonte:
Diário de Cuiabá-MT
1 comentário
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Fabiano Ferrari Rondonópolis - MT
Em razão da inadimplencia do produtor rural e em desrespeito ao manual do crddito rural, quanto ao direito de prorrogação dos vencimentos, os bancos já estão executando a garantia hipotecaria. No MT já são mais de 20 execuções. O Governo precisa intervir sob pena de falencia da agricultura brasileira