Proposta de aumento da mistura de etanol na gasolina será levada ao CNPE em 2025
Por Leticia Fucuchima e Marta Nogueira
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério de Minas e Energia vai propor neste ano ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a ampliação da mistura de etanol anidro na gasolina para 30% após testes confirmarem a viabilidade técnica, disse o ministro Alexandre Silveira, nesta segunda-feira.
Segundo ele, a ampliação da mistura do biocombustível, que atualmente é de 27%, permitirá que o país se torne independente de importações de gasolina e poderá contribuir com uma redução de até R$0,13 por litro no preço da gasolina.
"O E30 é seguro para nossa frota de duas e quatro rodas. Ele não prejudica o desempenho dos veículos. Ao contrário", afirmou Silveira, em cerimônia de apresentação dos resultados dos testes conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
O ministro não deu um prazo para a mistura ser eventualmente alterada. O setor tinha expectativa de que isso pudesse ocorrer em 2025 ainda.
Com a redução da demanda por gasolina, o ministro afirmou que o país vai se tornar independente de compras externas do combustível fóssil pela primeira vez desde 2010.
"Em 2024, o Brasil importou 760 milhões de litros de gasolina. Agora, com o E30, vamos exportar. Haverá um aumento de 1,5 bilhão de litros por ano na demanda por etanol", afirmou Silveira.
"Vamos nos livrar das amarras do preço de paridade internacional. O preço da gasolina será o preço de competitividade interna. Isso é redução da inflação", destacou.
Silveira destacou ainda que o país irá "aproveitar o aumento da oferta de etanol de milho", cuja produção tem crescido nos últimos anos, garantindo crescimento da oferta em 2024/25, mesmo numa condição de menor oferta de etanol de cana.
A legislação brasileira permite ampliar o limite de etanol na gasolina para até 35%, desde que comprovada a viabilidade técnica, segundo reiterou o Ministério de Minas e Energia em nota nesta segunda-feira.
Os testes de viabilidade foram conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e acompanhados por diversos setores, incluindo associações do setor automotivo, como Anfavea, Sindipeças, Abraciclo e Abeifa, segundo o ministério.
(Por Letícia Fucuchima e Marta Nogueira)
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