Ibovespa tem queda discreta com EUA e fiscal no radar; Itaú sobe 2%
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha um declínio discreto nesta terça-feira, com agentes financeiros atentos à eleição presidencial nos Estados Unidos e na expectativa de novidades fiscais de Brasília, enquanto Itaú Unibanco avançava cerca de 2% após balanço trimestral e perspectiva de dividendo extraordinário.
Por volta de 11h35, o Ibovespa, referencia do mercado acionário brasileiro, cedia 0,3%, a 130.124,01 pontos. O volume financeiro somava 3,87 bilhões de reais.
De acordo com a Ágora Investimentos, na reta final da disputa entre Donald Trump e Kamala Harris para a Casa Branca, observa-se alguma relutância de investidores em tomar partido. "Assim, o que se vê são variações bastante modestas nos principais mercados acionários internacionais", citou.
Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, subia 0,42%.
"Como as pesquisas sugerem um resultado muito apertado, a probabilidade de contestação é um risco que assombra a todos, com a possibilidade da contagem de votos se arrastar por dias, ou até mesmo semanas", acrescentou a Ágora em relatório enviado a clientes mais cedo.
Nesse sentido, a equipe da corretora avalia que os ativos locais devem ser influenciados pela tendência externa, "embora um possível anúncio do pacote fiscal seja um importante fator determinante para os negócios".
Uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros para discutir medidas de contenção de gastos foi encerrada no início da noite de segunda-feira sem anúncio ou entrevista coletiva, com o Ministério da Fazenda apontando que o debate seguirá nesta terça-feira.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 2,15%, melhor desempenho do Ibovespa, após reportar um lucro líquido gerencial de 10,675 bilhões de reais, uma alta de 18% ano a ano, que superou ligeiramente previsões de analistas. O maior banco do país por ativos também revisou para cima previsão de crescimento da carteira de crédito, enquanto o CEO, Milton Maluhy Filho, afirmou que o banco "certamente" pagará dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2024, com base nas informações que dispõe atualmente.
- COGNA ON recuava 3,31%, em sessão de ajustes após disparar 11% na véspera, conforme as taxas dos DI voltaram a subir nesta sessão após o alívio relevante na segunda-feira. No mesmo contexto, MAGAZINE LUIZA ON era negociada em baixa de 2,04%, após saltar mais de 10% na segunda-feira. O índice do setor de consumo na B3 cedia 0,84%.
- TIM BRASIL ON caía 3,22%, mesmo após divulgar que seu lucro líquido normalizado do terceiro trimestre cresceu 11,2% no comparativo anual, para 805 milhões de reais, bem como que irá remunerar seus acionistas em cerca de 3,5 bilhões de reais, com referência ao ano de 2024. A empresa manteve suas projeções para 2024 a 2026.
- PRIO ON caía 1,79%, descolada da alta do petróleo no exterior, tendo no radar dados operacionais preliminares para outubro mostrando produção total de 79.233 barris de óleo equivalente por dia. Na visão de analistas do Goldman Sachs, os dados mostram um começo fraco do trimestre e representam riscos de queda para as estimativas do banco de produção média no quarto trimestre. A Prio divulgar seu balanço do terceiro trimestre nesta terça, após o fechamento.
- PETROBRAS PN cedia 0,25%, apesar do avanço do petróleo no exterior, onde o barril de Brent subia 0,92%. PETROBRAS ON perdia 0,47%.
- VALE ON ganhava 0,43%, tendo como pano de fundo o avanço dos futuros de minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 2,53%, a 791 iuanes (111,33 dólares) a tonelada métrica. No início da sessão, atingiu o maior valor desde 17 de outubro, 798 iuanes por tonelada.
- B3 ON recuava 1,93%, exercendo uma pressão negativa relevante no Ibovespa, em dia de ajustes, após as ações fecharem com alta de mais de 4% na véspera.
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