Ibovespa avança 1% puxado por Vale e Itaú; Azul dispara
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançou 1% nesta segunda-feira, em desempenho puxado pelas blue chips Vale e Itaú Unibanco, enquanto Azul disparou na esteira de acordo com credores para financiamento adicional.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 1,02%, a 131.212,58 pontos, tendo marcado 129.893,71 pontos na mínima e 131.420,56 pontos na máxima da sessão.
O volume financeiro no pregão somou 16,34 bilhões de reais, bem abaixo da média diária do ano de 23,49 bilhões de reais.
Apesar do desfecho positivo na B3, investidores do mercado brasileiro continuam aguardando com certo ceticismo possíveis anúncios do governo sobre medidas fiscais, que foram prometidos para após o segundo turno das eleições municipais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está reunido nesta tarde com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Alvorada. E há especulações de que o tema sendo tratado seja relacionado às medidas fiscais.
A temporada dos balanços do terceiro trimestre de empresas brasileiras também ganha mais fôlego nesta semana, com os resultados de WEG, Ambev, Bradesco, CCR, entre outros.
No exterior, a disputa presidencial nos Estados Unidos permanece no centro das atenções, mas dados do mercado de trabalho também estarão em foco, assim como os balanços de Alphabet, Apple e Microsoft.
Wall Street fechou no azul nesta sessão, com o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, subindo 0,27%.
DESTAQUES
- AZUL PN saltou 13,99% após chegar a um acordo com detentores de títulos de dívida para obter financiamento adicional. A companhia aérea receberá 150 milhões de dólares esta semana e outros 250 milhões até o final do ano. O acordo pode incluir outros 100 milhões de dólares em financiamento e uma possível troca de dívida por ações no valor de até 800 milhões, se a empresa melhorar ainda mais seu fluxo de caixa e reduzir seus custos em cerca de 100 milhões de dólares por ano.
- VALE ON subiu 1,86%, favorecida pelo avanço do minério de ferro no exterior, com o contrato futuro mais negociado em Dalian, na China, encerrando em alta de 2,35%, a 783,5 iuanes (109,92 dólares) a tonelada. A mineradora também anunciou nesta segunda-feira parceria com a chinesa Jinnan Steel para construção de usina em Omã. Na última sexta-feira, após o fechamento do mercado, informara a aprovação pelo conselho de administração de Marcelo Bacci como novo diretor financeiro.
- PETROBRAS PN caiu 0,17% antes da divulgação de dados de produção e vendas do terceiro trimestre no final do dia, tendo como pano de fundo o tombo do petróleo no mercado externo, onde o barril de Brent recuou 6,09%. Na sexta-feira, após o fechamento, a estatal divulgou que seu conselho de administração aprovou a retomada das obras de construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS), com investimentos previstos de 3,5 bilhões de reais.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,22%, recuperando-se após um fechamento mais negativo na sexta-feira, assim como outros papéis do setor, como BRADESCO PN, que ganhou 1,81%. SANTANDER BRASIL UNIT valorizou-se 1,09% na véspera da divulgação do balanço do terceiro trimestre, previsto para a terça-feira, antes da abertura do mercado. Projeções compiladas pela LSEG apontam lucro líquido de 3,5 bilhões de reais. BANCO DO BRASIL ON cedeu 0,19%.
- IRB(RE) ON fechou em alta de 6,8%, buscando apoio no viés mais positivo do pregão para se recuperar após duas quedas seguidas, período em que perdeu mais de 13%.
- JBS ON subiu 4,19%, em meio a relatórios com expectativas positivas para o resultado do terceiro trimestre, no dia 13 de novembro. O Goldman Sachs destacou que se trata da empresa com melhor "momentum" de resultados da sua cobertura, reiterou compra para os papéis e elevou o preço-alvo de 40,3 para 42,9 reais - um upside de quase 25% ante sexta-feira. O Bradesco BBI - que tem "outperform" e preço-alvo de 46 reais para as ações - também disse que espera resultados fortes.
- HYPERA ON desabou 8,7%, ampliando o ajuste negativo da sexta-feira, após uma semana volátil, marcada pela repercussão de medidas que a companhia anunciou buscando otimizar seu capital e giro, bem como proposta - e recusa - para combinar seus negócios com a EMS.
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