Trigo sobe à medida que clima seco e guerra na Ucrânia ameaçam oferta

Por Heather Schlitz

CHICAGO (Reuters) - O trigo de Chicago ampliou seus ganhos nesta quinta-feira, com traders avaliando se o aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia e a persistente seca nas áreas de produção de grãos em todo o mundo podem limitar as exportações globais de trigo.

Já os futuros do milho e da soja caíram, com investidores ajustando posições antes da divulgação, na sexta-feira, do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura norte-americano, que apresentará novas estimativas para as safras de milho e soja dos Estados Unidos.

"O mercado de futuros geralmente observa movimentos significativos no relatório de outubro", disse Brian Basting, analista da Advance Trading. "As pessoas estão esperando para ver se devem operar compradas ou vendidas."

O contrato do trigo mais ativo na bolsa de Chicago (CBOT) subiu 4,75 centavos de dólar, a 6,0375 dólares o bushel, sua quarta sessão consecutiva de alta.

A Rússia permaneceu sob foco nos mercados de trigo, em meio a sinais de que o clima severo está minando a produção de trigo em importantes zonas de exportação.

Autoridades ucranianas também disseram que um ataque russo com mísseis na região de Odesa, na quarta-feira, danificou um navio de contêineres, a mais recente embarcação a ser atingida, conforme Moscou intensifica os ataques a portos ucranianos.

"Há incerteza em todo o mundo e muita incerteza sobre a situação do transporte marítimo no Mar Negro", disse Basting. "É uma situação instável."

A seca tem desacelerado a semeadura do trigo de inverno na Rússia, enquanto, na Argentina, a bolsa de grãos de Rosário reduziu na quarta-feira sua estimativa para a safra de trigo de 2024/25 devido à pouca chuva.

A soja da CBOT fechou em queda de 5,5 centavos de dólar, a 10,1475 dólares o bushel, e o milho da CBOT caiu 2,5 centavos, a 4,185 dólares o bushel.

O relatório mensal de safras do Departamento de Agricultura dos EUA, que será divulgado na sexta-feira, vai indicar se a agência ainda espera rendimentos recordes para ambas as culturas, apesar de um final de temporada seco.

(Reportagem de Heather Schlitz em Chicago; reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris e Naveen Thukral em Cingapura)