Início da colheita do milho safrinha: o grão cultivado de norte a sul do Brasil e os desafios do produtor

Publicado em 28/05/2024 11:36
Por Zenilson Balem é Engenheiro Agrônomo e Gerente de Agronomia da Brevant® Sementes, marca da Corteva Agriscience

Maio está terminando. O mês é marcado pelo início da colheita da safrinha ou segunda safra, que hoje tem área e produção maior que a principal: a verão. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir na temporada 2023/24, 111,64 milhões de toneladas do grão, sendo 23,49 milhões de toneladas no cultivo de primeira safra e 86.155 milhões de toneladas, no de segunda.  

Atualmente, nosso país é o terceiro maior produtor mundial de milho e o primeiro em exportação. O grão produzido com muita paixão e trabalho pelos produtores de norte a sul do país está por todo o planeta. Mas para seguir no protagonismo, o milhocultor precisa seguir apostando em inovações para superar os desafios diários da lavoura, seja com o stress hídrico, alto volume de chuvas ou até mesmo com as pragas e doenças que impactam a produtividade. 
 
O Brasil, por ter dimensões continentais, tem realidades distintas no cultivo do milho. Nesta safra, a 2023/24, as intempéries climáticas interferiram diretamente na produção e produtividade da cultura. Na safra de verão, a região Sul sob efeito do El Niño, com chuvas acima da média, as produtividades foram maiores em relação aos últimos anos. Porém, algumas regiões tiveram a produtividade das lavouras comprometida por fatores bióticos, por exemplo, alta severidade da doença estria bacteriana. Já no Centro-Oeste, o fenômeno climático, elevou as temperaturas e causou atraso no início das chuvas, que gerou um atraso no início dos plantios e, consequentemente, impactou a produtividade das lavouras cultivadas mais cedo. Por fim, houve redução da área destinada ao grão, já que o fenômeno já tinha sido previsto e o produtor quis se precaver de prejuízos. 

Com essas ocorrências, as lavouras de milho do Sul sofreram com alta pressão de doenças foliares e enfezamentos, condições de muita chuva prejudicam a operacionalizações de manejo dentro das propriedades, além de favorecem o desenvolvimento dos patógenos. Esse ciclo, destacou-se pelo aumento da incidência da doença estria bacteriana, causada pela bactéria Xanthomonas vasicola pv vasculorum, enfermidade de difícil controle com defensivos químicos. A utilização de genótipos resistentes é uma estratégia de manejo que deve ser adotada. 

Enquanto isso, no Centro-Oeste, as características climáticas, elevaram a pressão de lagartas, principalmente a Spodoptera frugiperda, conhecida como lagarta-do-cartucho, que causa prejuízos a produtividade das lavouras. Nestes cenários, o milhocultor que apostou em híbridos com biotecnologias e que proporcionam alta rentabilidade e estabilidade, além de sementes tratadas industrialmente com fungicidas, inseticidas, bionematicidas e bioestimulantes, saíram na frente protegendo suas lavouras. 

Safrinha invertida 

No cultivo da segunda safra de milho, ocorreu uma inversão do que havia acontecido na temporada de verão. O Paraná, único estado do Sul que faz a safrinha, e o Mato Grosso do Sul, sofrem com uma elevada estiagem. Enquanto no Cerrado, houve chuva do plantio até abril, na fase de enchimento dos grãos. Em ambas as situações, o produtor que optou por híbridos com estabilidade, e no caso do Paraná e Mato Grosso do Sul, que investiram em sementes com alta tecnologia e híbridos tolerantes ao stress hídrico, ficaram mais resguardados frentes as instabilidades. 

No caso do Centro-Oeste, além de estabilidade, os materiais superprecoces adaptados ao ambiente e o tratamento industrial de sementes, auxiliou frente as adversidades da safrinha. Os produtores da região que não se planejaram na hora de escolher as sementes, acabaram tendo problemas com a invasão de percevejos, principalmente, o barriga-verde.  

Agora, com o início da maior temporada de colheita de milho, no Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso, o produtor que se planejou, investiu em tecnologias, tratamento industrial de sementes, manejo adequado para cada situação e outras ferramentas, mesmo com as adversidades e menor área, deverá ter uma alta produtividade. Isso é só um exemplo de como o país pode seguir sendo protagonista da produção de milho, mesmo com as intempéries e desafios de pragas e doenças, apostando em genética. A cada dia, devemos celebrar esse grão que vem avançando em produção e produtividade, mas principalmente, em tecnologia para auxiliar o milhocultor a levar a cultura cultivada de norte a sul do país para todo o mundo. 
 

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Por:
Zenilson Balem
Fonte:
Corteva

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