Exportações e importações da China voltam a crescer em abril e sinalizam recuperação da demanda
Por Joe Cash
PEQUIM (Reuters) - As exportações e importações da China voltaram a crescer em abril depois de contraírem no mês anterior, sinalizando uma melhora encorajadora na demanda interna e externa à medida que Pequim enfrenta inúmeros desafios em um esforço para sustentar a economia.
Os dados sugerem que uma enxurrada de medidas de apoio nos últimos meses pode estar ajudando a estabilizar a frágil confiança dos investidores e dos consumidores, embora analistas digam que ainda não se sabe se a recuperação do comércio é sustentável.
Os embarques da China cresceram 1,5% em relação ao ano anterior em termos de valor, mostraram dados da alfândega nesta quinta-feira, em linha com a previsão em uma pesquisa da Reuters com economistas. Eles caíram 7,5% em março, o que marcou a primeira contração desde novembro.
As importações de abril aumentaram 8,4%, superando a expectativa de aumento de 4,8% e revertendo a queda de 1,9% em março.
"Os valores das exportações voltaram a crescer após a contração do mês passado, mas isso se deveu principalmente a uma base de comparação mais baixa", disse Huang Zichun, economista para China na Capital Economics.
"Depois de levar em conta as mudanças nos preços de exportação e a sazonalidade, estimamos que os volumes de exportação permaneceram praticamente inalterados em relação a março", acrescentou ela.
No primeiro trimestre, tanto as importações quanto as exportações aumentaram 1,5% em relação ao ano anterior, impulsionadas por dados comerciais melhores do que o esperado no período de janeiro a fevereiro. Porém, os números fracos de março geraram preocupações de que o impulso poderia estar vacilando novamente.
E uma base estatística alta parece ter pesado muito nos números do mês passado, já que a produção havia aumentado em março de 2023, quando muitos trabalhadores se recuperaram de uma onda de infecções por Covid.
"As exportações têm sido o ponto positivo da economia da China até agora neste ano. A demanda interna fraca levou a uma pressão deflacionária, o que aumenta a competitividade das exportações da China", disse Zhang Zhiwei, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
A maioria dos observadores da China diz que Pequim tem muito trabalho pela frente, já que a inflação ao consumidor, os preços ao produtor e os empréstimos bancários de março mostraram que a segunda maior economia do mundo tem um ponto fraco. Além disso, uma prolongada crise imobiliária continua sendo um entrave para a confiança geral, estimulando pedidos de mais medidas de ajuda.
O superávit comercial da China cresceu para 72,35 bilhões de dólares, em comparação com uma previsão de 77,50 bilhões na pesquisa e 58,55 bilhões de dólares em março
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