Açúcar retoma altas e sobe mais de 2% em NY
Nesta sexta-feira (26) o açucar retoma o campo positivo e sobe 2,52% no contrato de maio/24, que é negociado a 19,97 centavos por libra peso. Ganhos também na negociação do julho/24, que está cotado a 19,58 cents/lb, o que representa incremento de 2,19%. A bolsa de Londres também começou o dia em campo positivo, com a tonelada sendo negociada a 574 dólares no agosto/24, aumento de 1,88%.
Os ganhos refletem uma estimativa de safra de cana-de-açúcar 2024/25 mais baixa para o Brasil, expectativa confirmada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) nesta quinta-feira (25). Segundo a instituição, o Brasil deve produzir 685,86 milhões de toneladas, uma redução de 3,8% em relação à safra anterior. Entre os fatores apontados, estão os baixos índices pluviométricos, aliados às altas temperaturas registradas na Região Centro-Sul, que causaram perdas na produtividade, estimada em 79.079 quilos por hectare, 7,6% abaixo da obtida na safra anterior, que foi favorecida pelas boas condições climáticas.
De acordo com o levantamento da Companhia, a área de colheita da cana apresentou crescimento de 4,1%, passando de 8,33 milhões de hectares para 8,67 milhões de hectares. O crescimento deve-se ao aumento de áreas em expansão e renovação, sendo que a colheita na Região Centro-Sul, já iniciada, passa a se intensificar a partir de maio.
Apesar da redução na safra, a pesquisa aponta uma produção de açúcar estimada em 46,29 milhões de toneladas, um acréscimo de 1,3% ao obtido na safra anterior, recorde até então. Quando comparada com a safra 2023/24, com exceção da Região Norte, e os estados de Mato Grosso e São Paulo, apesar do maior direcionamento da cana-de-açúcar para a produção do adoçante em relação ao etanol, observa-se crescimento na produção de açúcar. O mercado favorável justifica esse valor, colocando, a atual safra, como a maior produção de açúcar da série histórica da Conab.
Já a produção total de etanol, somados os produzidos a partir da cana-de-açúcar e do milho, deverá reduzir 4% em relação à safra anterior. Quando analisado apenas o etanol oriundo do esmagamento da cana-de-açúcar, observa-se uma redução de 8%. Já o derivado de milho, apresenta crescimento de 16%. A estimativa indica, portanto, a produção de 34,18 bilhões de litros de etanol, a partir da cana-de-açúcar e do milho. Desse total, 15,18 bilhões de litros serão de etanol anidro e 19 bilhões de litros de etanol hidratado.
Apesar da previsão de queda na produção de cana-de-açúcar na safra 2024/2025, a oferta do produto no mercado deve permanecer estável devido aos estoques elevados das usinas, resultantes da safra recorde anterior. Além disso, o Brasil segue com cenário favorável para o açúcar no mercado mundial, o que acaba por favorecer o mix de produção em detrimento do etanol na safra 2024/25, culminando com previsão de aumento da produção do adoçante, apesar de uma menor produção da matéria-prima.
A Índia, segundo maior produtor de açúcar, vem enfrentando condições climáticas adversas, incluindo uma seca impulsionada pelo fenômeno El Niño, culminando em queda na produção. Mesmo sendo historicamente um exportador, o país indiano está agora enfrentando a perspectiva de importações de açúcar devido à diminuição da produção e ao potencial abandono ou redução do cultivo de cana por parte dos agricultores, cenário que beneficia o produto brasileiro.
Do lado do etanol, já se observa preços mais competitivos do combustível em relação à gasolina em alguns estados brasileiros, sobretudo em São Paulo, maior produtor e detentor da maior parte da frota de veículos. Contudo, a redução de 8% prevista para a próxima safra tende a diminuir a diferença para a gasolina, em virtude do melhor cenário do açúcar, com o mix de produção em desfavor do álcool.
Os dados do 1° Levantamento da Safra 2024/2025 de cana-de-açúcar e as condições de mercado do açúcar e etanol podem ser acessados no Boletim - Cana-de-açúcar - 1º Levantamento - 2024/25.
UNICA: Moagem atinge 15,8 milhões de toneladas na primeira quinzena de abril |
A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de março na região Centro-Sul totalizou 15,81 milhões de toneladas. Nesse mesmo período, no ano anterior, a quantidade processada foi de 13,86 milhões de toneladas, um avanço de 14,1%. Nos primeiros 15 dias de abril, 111 iniciaram as suas atividades, totalizando 171 unidades produtoras operando na região Centro-Sul, contra 166 unidades produtoras em mesmo período da safra 2023/2024. Segundo o diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, “a previsão é de que 54 unidades produtoras reiniciem as atividades durante a segunda quinzena de abril, mas esse cronograma de retorno das usinas pode sofrer alterações a depender das condições climáticas de cada região canavieira”. A qualidade da matéria-prima colhida na primeira metade de abril, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou mínima redução de 0,04% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, atingindo 107,93 kg de ATR por tonelada. Produção de açúcar e etanol A produção de açúcar na primeira quinzena de abril totalizou 709,51 mil toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 2023/2024 de 541,75 mil toneladas, representa um aumento de 30,97%. Na primeira metade de abril, 840,73 milhões de litros (+7,20%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 693,43 milhões de litros (+39,36%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 147,30 milhões de litros (-48,61%). Do total de etanol na primeira quinzena da safra que se inicia, 32% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 270,50 milhões de litros neste ano, contra 239,49 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 12,95%. Vendas de etanol Na primeira quinzena da safra 2024/2025, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,35 bilhão de litros no mercado doméstico, registrando um aumento de 41,93% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024. Do total vendido internamente, as vendas de etanol hidratado totalizaram 902,35 milhões de litros – variação positiva de 61,59% em relação ao ano passado, e as saídas de etanol anidro alcançaram 448,43 milhões de litros – aumento de 14,02%. “As vendas de etanol hidratado no mercado interno continuam em ritmo aquecido, posicionando o mercado em nível muito superior àquele observado no início da safra 2023/2024 quando a atratividade econômica do etanol era reduzida na comparação com aquela registrada nesse ano”, explicou Rodrigues. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que na última semana, de 14/04 a 20/04, o biocombustível segue economicamente muito vantajoso aos consumidores em 80% do mercado de combustíveis leves. A paridade média no Brasil atingiu 65,7%, muito aquém da relação técnica de referência de 73%. Segundo o executivo da UNICA, “dos 456 municípios com preços apurados pela ANP na última quinzena, 332 deles apresentaram preço do etanol abaixo da paridade técnica com a gasolina. Nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul todos os municípios amostrados pela agência registraram preço do etanol economicamente vantajoso em relação a gasolina, reforçando a expectativa de manutenção do consumo aquecido do biocombustível”. “Só nessa entressafra, a presença do etanol e dos veículos flex-fuel garantiram uma economia próxima a R$ 3,5 bilhões aos consumidores nos gastos com combustíveis”, acrescentou Rodrigues. O volume de etanol exportado pelas unidades produtoras na primeira quinzena de abril alcançou 52,10 milhões de litros (-6,26%), sendo 1,01 milhão de litros de etanol anidro (-93,8%) e 51,09 milhões de litros de etanol hidratado (+30,5%). Ao todo, as empresas venderam 1,40 bilhão de litros na primeira quinzena da safra 2024/2025 (+39,28%), sendo 449,44 milhões de litros de etanol anidro (+9,70%) e 953,45 milhões de litros de etanol hidratado (+59,55%). Mercado de CBios Dados da B3, até o dia 25 de abril, indicam a emissão de 13,27 milhões de créditos em 2024 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponíveis para negociação, em posse da parte obrigada, não obrigados e dos emissores, totaliza quase 20 milhões de créditos de descarbonização. “O setor continua empenhado no processo de descarbonização da matriz. Somando a quantidade de CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados para cumprimento da meta de 2024, temos cerca de 60% dos títulos necessários para o cumprimento da meta de 2024 já na primeira quinzena de safra”, destacou o diretor da UNICA. Vídeo do diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues Para o relatório completo, acesse o UnicaData. |
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