Preço das máquinas em baixa; agora é hora de comprar? Paulo Herrmann comenta no Conexão Campo Cidade
O Conexão Campo Cidade desta semana contou com a participação de Paulo Herrmann, ex-presidente da John Deere Brasil. Entre os assuntos discutidos na edição esteve o mercado de máquinas agrícolas.
Durante a conversa, o economista Antônio da Luz recordou de um estudo sobre venda de máquinas agrícolas. Os principais fatores que aumentavam as vendas eram o preço das commodities, a taxa de juros e a disponibilidade de crédito. Portanto, ele questionou se, para o produtor que realmente precisa comprar uma máquina, o momento atual, de baixa de preços, é a hora ideal de fazer esse investimento.
Herrmann concordou que de todos os fatores que o agricultor leva em conta para fazer uma compra, o preço da commodity é disparado o número um. Porém, o produtor acaba não fazendo muita conta, analisa apenas quantas sacas precisa para comprar e toma a decisão.
Porém, para ele, o problema é que muitas vezes o produtor acaba tomando esse tipo de decisão quando a commodity está no pico do preço e, quando chega a hora de pagar pela máquina, sua produção não está mais no mesmo valor. “A minha vida toda e venho sendo contra-fluxo, todo mundo vai para a praia, é hora de ir para a serra; todo mundo vai para a serra, eu vou para praia. A hora que ninguém compra, é hora de comprar”, afirmou.
De acordo com ele, é no momento de baixa que indústria e concessionária estão dispostas a fazer sacrifício para vender e quando o produtor começar a pagar por esse equipamento, que normalmente tem 18 meses de carência, a commodity vai estar em outro patamar. “A hora de fazer investimento não é na alta, a hora de fazer investimento é baixa”, reforçou.
Para reforçar o posicionamento, o ex-presidente da John Deere citou um amigo, o qual em um ano de bons preços para as commodities afirmou que estava precisando de uma crise, pois queria comprar uma fazenda. “Fazenda não se compra quando está tudo bem, a gente compra quando está difícil”, citou Herrmann.
Segundo Antônio da Luz, as pessoas não podem fazer investimentos de manada. Quando o preço dos produtos agropecuários estão altos, a máquina também se valoriza. É nesse momento que o produtor não pode comprar.
Ele ressaltou que é óbvio dizer que os produtores quebram pelas escolhas que fazem durante os preços altos, ao não se prepararem para os períodos ruins. Porém, segundo ele, a grande dificuldade é dominar as emoções para fazer uma estratégia e se organizar para investir na baixa.
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