Preços mundiais dos alimentos se recuperam de mínima de três anos, diz agência da ONU
PARIS (Reuters) - Os preços mundiais dos alimentos se recuperaram em março de uma mínima de três anos, impulsionados por aumentos nos óleos vegetais, carnes e laticínios, de acordo com o último índice de preços da agência de alimentos das Nações Unidas.
O índice da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha os produtos alimentícios mais comercializados globalmente, atingiu uma média de 118,3 pontos em março, acima dos 117,0 pontos revisados no mês anterior, informou a agência nesta sexta-feira.
A leitura de fevereiro foi a mais baixa para o índice desde fevereiro de 2021 e marcou o sétimo declínio mensal consecutivo.
Os preços internacionais dos alimentos caíram drasticamente de um pico recorde em março de 2022, no início da invasão em grande escala da Rússia à Ucrânia.
A última leitura mensal da FAO ficou 7,7% abaixo do nível do ano anterior, disse a agência.
Em março, o índice de preços de óleos vegetais liderou os ganhos, saltando 8% em relação ao mês anterior, com todos os principais óleos registrando aumentos. [POI/]
O índice de laticínios subiu 2,9%, registrando o sexto aumento mensal consecutivo, impulsionado pelos preços do queijo e da manteiga, enquanto o índice de carnes da FAO subiu 1,7%, refletindo os preços mais elevados de aves, suínos e bovinos.
Esses ganhos superaram as quedas dos cereais, de 2,6% em relação a fevereiro, e do açúcar, de 5,4%.
O trigo liderou o declínio dos cereais em meio à forte concorrência de exportação e às compras canceladas pela China, compensando um ligeiro aumento nos preços do milho, em parte devido a dificuldades logísticas na Ucrânia, disse a FAO. [GRA/]
Os preços mais fracos do açúcar refletiram principalmente uma revisão para cima da produção esperada na Índia e um melhor ritmo de colheita na Tailândia, disse a FAO.
Em dados separados de oferta e demanda de cereais, a FAO elevou sua previsão para a produção mundial de cereais em 2023/24 para 2,841 bilhões de toneladas, de 2,840 milhões projetados no mês passado, um aumento de 1,1% em relação à temporada anterior.
Para as próximas safras, a agência reduziu sua previsão para a produção global de trigo em 2024 para 796 milhões de toneladas, de 797 milhões no mês passado, devido à redução das expectativas para as safras da União Europeia e do Reino Unido, após a semeadura prejudicada pelas chuvas e condições de seca em algumas áreas.
Para o milho, foi prevista uma queda na produção mundial, mas o volume permaneceria acima da média dos últimos cinco anos, disse a FAO, sem fornecer uma previsão precisa.
(Reportagem de Gus Trompiz)
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