Produção de queijo da agricultura familiar no Noroeste e Oeste Paulista cresce 440% nos últimos três anos
O Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS) fechou o ano batendo recorde nas regiões Noroeste e Oeste Paulista com a venda de leite e derivados produzidos por agricultores familiares e comercializados para o Governo do Estado. Este ano, o programa ultrapassou a marca dos R$ 7 milhões em comercialização de leite na região e quase R$ 500 mil em queijos, uma performance notável para o comparativo dos últimos três anos. A comercialização de queijos cresceu 440% em comparação com 2021 e a de leite teve um aumento de 130%. Foram exatos R$ 497.265,34 comercializados na venda de queijos este ano ante R$ 92 mil em 2021. Já na venda de leite foram R$ 7.560.946,15 este ano ante R$ 3 milhões em 2021.
Deste total, 67% da produção do leite foi comercializada por meio da Coapar - Cooperativa de Produção, Industrialização e Comercialização Agropecuária dos Assentados e Agricultores Familiares da Região Noroeste do Estado de São Paulo, que conta com mais de mil cooperados, dos quais 300 possuem a Declaração de Conformidade ao PPAIS (DCONP), documento emitido pelo ITESP e pela Coordenadoria de Assistência Integrada (Cati).
Além da Coapar, sediada em Andradina, há duas cooperativas de produtores de leite que estão fornecendo o alimento para as unidades prisionais administradas pela Secretaria de Administração Penitenciária: a COOPADRA, com sede no município de Dracena, na Alta Paulista; e a Vitória Viva, no município de Euclides da Cunha, no Pontal de Paranapanema.
O Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social – PPAIS é uma ação do Governo do Estado de São Paulo que visa estimular a produção e garantir a comercialização dos produtos da agricultura familiar paulista. O programa existe desde 2011, mas foi a partir desse ano que o Governo desenvolveu uma ação integrada intersecretarial para fomentar a compra dos produtos pelas diversas secretarias, principalmente junto à Secretaria de Educação e a de Assistência Penitenciária. Além disso, a Fundação ITESP realizou ao longo do ano cursos para os produtores familiares. Entre os temas ministrados estão o curso de inseminação para ajudar na genética do gado, curso de pastejo rotacionado, adubação de pastagem, dentre outros que foram dados sempre com o intuito de tornar a pequena produção mais competitiva e rentável para os produtores.
O resultado disso, além do aumento da produção, foi a lucratividade. No ano retrasado, esses mesmos pequenos produtores assistidos pelo ITESP que comercializam o leite através de suas cooperativas estavam vendendo o leite a R$ 2,86 o litro, média de 2021. Em 2023, o PPAIS está pagando R$ 4,07 por litro no leite pasteurizado integral (conhecido como barriga mole) comercializado pelas cooperativas. Isto representa um aumento de 42,3%.
O PPAIS fomenta a comercialização da agricultura familiar paulista, e assim possibilita a melhora da qualidade de vida dos que trabalham no campo. Todo o trabalho é coordenado pela Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) que mantém em todo o Estado Grupos Técnicos de Campo (GTC) para dar suporte aos produtores.
Os resultados alcançados pelo PPAIS Leite indicam que a organização dos produtores é essencial para sobreviver num mercado altamente competitivo. Além disso, sinalizam que as políticas públicas de apoio à comercialização configuram importante estratégia de governo para fomentar a produção, constituir mais uma opção de escoamento dessa produção e gerar renda para milhares de famílias no campo.
O diretor executivo da Fundação Itesp, Lucas Bressanin, lembra que a qualificação técnica na agricultura familiar desempenha um papel fundamental para o fortalecimento e a sustentabilidade desse setor, que é crucial para a segurança alimentar. “Ao capacitar os agricultores familiares com conhecimentos técnicos avançados, é possível aumentar a eficiência na produção, otimizar o uso de recursos naturais e implementar práticas agrícolas mais sustentáveis. A aplicação de técnicas modernas e inovações contribui não apenas para o aumento da produtividade, mas também para a diversificação de culturas, redução de custos e melhoria da qualidade dos produtos. Além disso, a qualificação técnica abre portas para a inserção desses agricultores em cadeias de valor mais amplas, permitindo-lhes acessar mercados mais lucrativos. Dessa forma, investir na qualificação técnica na agricultura familiar não apenas eleva a renda dos agricultores, mas também promove a resiliência do setor, fortalecendo a base da produção de alimentos de forma sustentável”, explica Bressanin.
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