Em audiência pública, Famato enfatiza impactos negativos da moratória da soja e da carne
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) marcou presença, nessa segunda-feira (27/11), na Audiência Pública que discutiu a moratória da soja e da carne e seus reflexos na economia do estado. Realizada no Auditório Milton Figueiredo da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), a audiência foi conduzida pelos deputados estaduais Gilberto Cattani e Valmir Moretto, e reuniu representantes do setor agrícola, frigoríficos e diversas entidades ligadas ao agronegócio.
A moratória da soja reflete um compromisso assumido por empresas, especialmente multinacionais ligadas à exportação de grãos e produção de óleo, através da Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove) e Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Este pacto comercial estabelece a decisão de não adquirir soja e carne originárias de áreas de desmatamento no bioma amazônico, mesmo que a atividade seja legalmente permitida.
No contexto da moratória da carne, frigoríficos estão entre os participantes desse compromisso através de termos de ajuste de conduta. Eles se comprometem a não adquirir carne de regiões que compõem a Amazônia Legal, mesmo que o desmatamento associado seja legalizado.
Durante a audiência, o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, destacou a preocupação do setor agropecuário com a imagem negativa que tem sido atribuída aos produtores, mesmo diante do estrito cumprimento das legislações ambientais. “Sabemos que respeitamos todas as legislações ambientais impostas a nós, que são as mais restritivas do mundo, e mesmo assim estamos sendo postulados como os vilões da produção de alimentos do nosso estado e do Brasil.”
Outro ponto abordado durante a audiência foi a visão crítica em relação aos impactos econômicos que a moratória da soja pode acarretar para o estado de Mato Grosso. O 1º vice-presidente da Famato e presidente do Sindicato Rural de Sinop, Ilson Redivo, ressaltou que a imposição dessa moratória pode paralisar o potencial de crescimento do estado, especialmente nas regiões norte, onde há áreas ainda a serem exploradas dentro dos limites legais estabelecidos.
“A moratória da soja vai fazer com que o estado paralise o seu poder de crescimento, e nós vemos no norte do estado muitas áreas ainda a serem abertas dentro da legalidade dos 20% que nos é permitido. Os 20% de direito que o produtor tem ele pode exercer hoje ou enquanto o Código Florestal assim permitir. Enquanto a lei der essa prerrogativa para o produtor, ele pode exercê-lo quando bem entender”, pontuou Redivo.
Da Famato, também marcaram presença na audiência os diretores Administrativo e Financeiro, Robson Marques, e de Relações Institucionais, Ronaldo Vinha. Além disso, ainda estiveram presentes presidentes de sindicatos rurais, prefeitos municipais, produtores rurais e representantes de entidades como a Associação de Produtores de Soja (Aprosoja Brasil e Aprosoja MT) e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
0 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira