Grãos: comercialização da soja brasileira safra 2022/23 alcança 88,1% da produção estimada
Levantamento realizado pela DATAGRO Grãos mostra que, até o dia 3 de novembro, a comercialização brasileira da safra 2022/23 de soja alcançou 88,1% da produção esperada, aquém dos 91,4% observados em igual período do ano passado, dos 98,7% do recorde da safra 2019/20 e da média dos últimos cinco anos, de 94,4%.
O avanço mensal foi de apenas 2,8 pontos percentuais, abaixo dos 4,6 p.p. registrados no mês anterior e dos 3,7 p.p. do mesmo período do ano passado, mas levemente acima dos 2,3 p.p. da média normal. “O menor ritmo de negócios ficou dentro de nossa expectativa, pois refletiu a desvalorização nos preços em outubro, e também pela menor necessidade de alavancagem de recursos”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.
Considerando a atual estimativa de produção em 157,23 milhões de toneladas, os produtores brasileiros negociaram, até a data analisada, 138,46 mi de t de soja. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava relativamente maior, mas menor em termos absolutos, chegando a 119,35 mi de t.
Safra 2023/24
As negociações da safra 2023/24 também andaram pouco no período analisado. O levantamento da DATAGRO Grãos aponta para 23,8% da expectativa de produção compromissada, salto mensal de 1,9 p.p., acima dos 1,7 p.p. em semelhante época do ano passado, mas aquém dos 3,0 p.p. da média plurianual. O fluxo está acima dos 19,1% compromissados em 2022, mas distante dos 53,4% do recorde da safra 2020/21 e dos 32,2% da média plurianual.
A atual projeção da consultoria para o referido ciclo é de 163,72 mi de t, levando em consideração relativa normalidade climática e avanço de 2% da área semeada, para 45,7 milhões de hectares.
Milho
O levantamento da DATAGRO Grãos mostra que a comercialização do milho da safra de verão 2022/23 no Centro-Sul do Brasil avançou 5,9 p.p., acima da média normal para o período, de 3,2 p.p. Com isso, as vendas alcançaram 85,1% da produção esperada, contra 79,2% no levantamento anterior, 84,7% em igual momento de 2022 e 90,7% na média dos últimos 5 anos. Com previsão de safra em 20,16 mi de t, os produtores comercializaram 17,15 mi de t.
“A alta dos preços internos (enquanto a soja recuou), a firme demanda, a finalização da colheita de inverno e as deficiências da estrutura de armazenagem na região central do país levaram os produtores a acelerar as vendas do milho”, destaca França Junior.
A comercialização da safra de inverno 2023 da região, estimada em 95,8 mi de t, chegou a 65,8%, contra 59,1% no levantamento anterior, 69,6% na mesma data do ano passado e média plurianual de 81,0%.
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