Seca no Amazonas gera antecipação de férias de 15 mil metalúrgicos em Manaus, diz sindicato
SÃO PAULO (Reuters) - A estiagem que secou rios no Amazonas está causando impactos em uma série de indústrias no polo industrial de Manaus, que estão optando por conceder férias coletivas para milhares de metalúrgicos diante da dificuldade de entrega de componentes e escoamento da produção ao resto do país, segundo informações do sindicato local.
"Várias empresas estão mandando aviso de férias... que variam de 5 a 15 dias. Estamos concordando, com condicional de que não haja demissão", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, em mensagem gravada em vídeo para os trabalhadores da região.
"É por falta de capacidade para levar a produção ao Sul do país e de componentes para produção para o ano que vem", afirmou o sindicalista.
Segundo ele, várias fábricas de Manaus e alguns produtos estão sendo atingidos por problemas logísticos gerados pela pior estiagem em mais de 100 anos no Estado.
"No caso de eletro, ar-condicionado, está faltando componente; em motos, o problema é a venda (transporte para as lojas) dessas motos", disse Santana.
O nível de água no Rio Negro atingiu o ponto mais baixo em pelo menos 121 anos na segunda-feira. O porto de Manaus, localizada onde o Rio Negro encontra o Rio Amazonas, registrou um nível de água de 13,6 metros. A altura representa o nível mais baixo desde que os registros começaram a ser feitos em 1902, superando o menor nível de todos os tempos anterior, registrado em 2010.
A Samsung é uma das empresas afetadas pelo problema. Na véspera, a Reuters publicou que a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) foi comunicada pela empresa de decisão de antecipação de férias coletivas de fim de ano para 1.500 funcionários da fábrica de Manaus por causa da seca. A Philco também estudava medida semelhante.
"Mais de 25 empresas mandaram comunicados para o sindicato", disse o presidente da entidade. "Vão entrar em férias em torno de 15 mil trabalhadores", acrescentou, citando que o período de parada estava originalmente programado para dezembro, mas foi antecipado pelas empresas para entre outubro e novembro.
(Por Andre Romani e Alberto Alerigi Jr.; Edição de Pedro Fonseca)
0 comentário
COP29: organizações sociais apontam falhas em regras de financiamento
Tocantins oferecerá R$2,5 bilhões em créditos de carbono
Anfitrião da COP29, Azerbaijão ataca Ocidente por críticas a seu setor de petróleo e gás
Materiais de energia limpa podem ser problema futuro, diz pesquisadora
Desmatamento na Amazônia cai 30,6% em um ano
Medida provisória destina R$ 938 milhões para ações de combate à seca e a incêndios florestais