CNA debate qualidade do fornecimento de energia elétrica no campo
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (4), em Brasília (DF), do I Seminário Nacional dos Consumidores de Energia. O evento foi realizado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia e os debates foram em torno do tema “A visão de quem paga a conta”.
A assessora técnica da Comissão Nacional de Irrigação da CNA, Jordana Girardello, esteve no painel que abordou o tópico “A voz dos consumidores de energia”. Ela apresentou dados quanto ao acesso, consumo, e problemas relacionados à qualidade da energia elétrica em propriedades rurais, bem como o impacto desse insumo nos custos de produção de diversas atividades agropecuárias.
Ela citou como exemplo a avicultura de corte, atividade em que a energia elétrica correspondeu a 1/4 dos custos operacionais efetivos na média de 5 munícipios levantados pelo Projeto Campo Futuro, realizado pelo Sistema CNA/Senar, em 2023.
Segundo ela, há um número muito grande de interrupções de energia no meio rural, que leva à queima de aparelhos e equipamentos e prejudicam a produção de forma significativa.
“Em Goiás, por exemplo, dados da Agência Goiana de Regulação (AGR) de 2021 mostraram que mais de 70% das interrupções aconteceram na área rural, e quase metade delas foram causadas por falha de material ou equipamentos das distribuidoras”, ressaltou.
Ela explicou também que o tempo de religamento da energia no meio rural, que é de 48 horas (no meio urbano é 24 horas), vem sendo descumprido por diversas vezes por parte das distribuidoras.
Jordana falou, ainda, sobre a importância da energia elétrica para viabilidade da irrigação de diversos sistemas produtivos, que garantem além da produção e renda a milhares de agricultores.
“A precariedade dos serviços de energia no campo pode ocasionar perdas para o setor e afetar a segurança alimentar”, alertou.
No evento também foram abordados temas como políticas públicas, transição energética e atuação do Executivo e do Legislativo sobre o tema.
A Frente Nacional dos Consumidores ressaltou que os consumidores brasileiros irão pagar R$ 342,8 bilhões em tarifas de energia elétrica em 2023, sendo que quase 40% desse montante se refere a tributos e encargos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que ainda alertou sobre projetos em discussão no Congresso Nacional que podem ampliar esses custos.
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