Soja e Milho: o fim de um ciclo, e o início de outro, por hEDGEpoint Global Markets

Publicado em 28/09/2023 10:06

Autor: Pedro Schicchi, analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets*

À medida que o USDA começa a relatar o progresso da colheita, agências brasileiras fazem o mesmo para o plantio da soja. Começando com os EUA, a Figura 1 mostra que o progresso da colheita de milho está bem dentro da média para esta época do ano. O mesmo é válido para a soja, embora apenas um ponto de dados tenha sido divulgado até agora.

Há previsão de chuvas acima do normal para o Oeste do Cinturão do Milho, mas não o suficiente para causar muita preocupação em relação ao ritmo (Fig. 2). Ao mesmo tempo, esse padrão de chuva está se estendendo mais ao sul do que nas iterações anteriores dos modelos. Isso poderia beneficiar os níveis do Rio Mississippi (Fig. 3), embora os excedentes não sejam enormes no momento.

Os baixos níveis do Mississippi são baixistas para os futuros na CBOT, ao mesmo tempo em que sustentam os prêmios do Golfo, já que mantêm mais produtos no Meio-Oeste, mas diminuem a oferta no porto. Se adicionarmos o ritmo da colheita, essa combinação provavelmente manterá sob pressão os contratos futuros mais curtos na CBOT. A curva em carry já mostra isso.

Plantio de Milho no Brasil

No Brasil, o plantio de milho de verão e soja já começou (Fig. 4). Foi um começo precoce e pode estar relacionado a produtores pressionando os governos estaduais para encurtar o vazio sanitário a fim de evitar atrasos – especialmente aqueles que têm o algodão como segunda safra, já que ele é mais caro e sensível que o milho.

Ainda assim, há preocupações em relação ao ritmo de plantio no futuro. Nos anos recentes, atrasos no plantio de soja levaram a reduções de produção tanto na soja como no milho de inverno, embora este último seja geralmente mais sensível ao calendário.

Esses receios estão principalmente relacionados à seca que tem ocorrido na maior parte do Brasil e que as previsões continuam a projetar (Fig. 5). Do outro lado do argumento, a umidade do solo não está ruim na maior parte do país (Fig. 6), apesar de haver regiões de preocupação.

Estas incluem o sul de Goiás, Minas Gerais e o MATOPIBA, mas este último planta mais tarde no ano, então há tempo para melhorar (ou piorar). Por enquanto, parece que uma boa umidade do solo permitirá um bom ritmo, mas precisamos observar como os pontos de seca evoluem à medida que as chuvas continuam abaixo dos níveis normais.

Em resumo, a colheita nos Estados Unidos está progredindo bem, mas as previsões de chuvas acima do normal podem ser motivo de preocupação. Os níveis do Rio Mississippi podem se beneficiar desse padrão de chuva. No Brasil, o plantio já começou cedo, mas a seca gera preocupações, especialmente em regiões como o sul de Goiás, Minas Gerais e o MATOPIBA. Monitorar a umidade do solo será crucial para os desenvolvimentos futuros nessas regiões-chave.

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Fonte:
hEDGEpoint Global Markets

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