Soja americana US$30 por tonelada mais cara que a brasileira requer ajuste do mercado nesse início de colheita nos EUA, diz analista
Os preços da soja na Bolsa de Chicago encerraram em queda nesta segunda- feira (18) e devem enfrentar uma pressão negativa a partir de agora por conta de diversos fatores têm sido apontados como causadores dessa tendência. Em entrevista ao "Notícias Agrícolas ", Ronaldo Fernandes, analista da Royal Rural, discutiu os principais motivos que estão influenciando o mercado da soja.
O início da colheita nos Estados Unidos é tradicionalmente um período em que os preços tendem a cair devido ao aumento da oferta no mercado. Fernandes acredita que Chicago está tentando ajustar os preços em resposta ao início da colheita, o que pode estar contribuindo para a queda.
Mas para Fernandes , uma das principais razões para concretizar um movimento de baixa é a discrepância nos preços entre a soja brasileira e a americana. Atualmente, a soja brasileira está sendo vendida a 494 dólares por tonelada, enquanto a americana está a 526 dólares por tonelada. Essa diferença de mais de 30 dólares torna a soja americana significativamente mais cara, o que pode estar incentivando os compradores a optarem pela soja brasileira, mais barata.
Além disso, historicamente, a relação de preços entre soja e milho em Chicago tem sido de dois para um. No entanto, atualmente, essa relação está quase em três para um, sugerindo que ou os preços do milho precisam subir ou os da soja precisam cair para reequilibrar essa relação.
Do lado da demanda, a China, um dos maiores importadores de soja, tem mostrado sinais de estabilização em suas importações. O governo chinês indicou que pretende estabilizar a produção de carne nos próximos cinco anos, o que, por sua vez, significa uma estabilização nas importações de soja, já que é usada para produzir ração animal. Além disso, a China já importou mais de 60 milhões de toneladas nesta temporada, restando menos de 40 milhões para completar seu programa.
Com a soja brasileira ainda atraente no mercado global devido ao seu preço mais baixo em comparação com a soja americana e com cerca de 30 milhões de toneladas ainda disponíveis para comercialização no Brasil diante de um os EUA que está apenas começando sua colheita, os compradores têm uma ampla gama de opções, muitas vezes optando pela alternativa mais econômica.
Fernandes alerta para necessidade de participação nas vendas , principalmente da safra nova, aproveitando os preços que ainda não estão pressionados, diante de uma tendência de queda que deve começar a se acentuar nas próximas semanas.
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