Importações de óleo de palma pela Índia devem cair à mínima de 27 meses em maio
Por Rajendra Jadhav
MUMBAI (Reuters) - As importações de óleo de palma pela Índia em maio devem cair para o nível mais baixo em 27 meses, já que o raro prêmio observado em relação a outros óleos comestíveis levou os compradores a cancelar as cargas e substituí-las por óleo de soja e girassol, disseram revendedores e inspetores de carga nesta terça-feira.
A queda surpreendente nas importações de óleo de palma pela Índia, maior comprador mundial de óleos vegetais, pode derrubar os preços do óleo de palma. A Malásia e a Indonésia, os dois maiores produtores globais, podem reduzir o valor de suas ofertas de óleo de palma para recuperar a participação de mercado de outros óleos comestíveis.
O contrato de óleo de palma de referência para entrega em agosto na Bolsa de Derivados de Bursa Malaysia caiu 1,85%, para 3.365 ringgit a tonelada, depois que a Reuters informou a queda nas importações indianas.
Cerca de 261.000 toneladas de óleo de palma foram descarregadas em vários portos indianos nos primeiros 20 dias de maio e outras 150.000 toneladas deverão ser descarregadas nos 11 dias restantes, totalizando 411.000 toneladas, de acordo com estimativas médias dos revendedores e agências marítimas.
A média mensal de importações de óleo de palma da Índia nos primeiros seis meses do ano comercial de 2022/23, iniciado em 1º de novembro, foi de 818.203 toneladas, de acordo com o órgão comercial Solvent Extractors' Association of India (SEA).
"O óleo de palma foi substituído pelo óleo de girassol em muitas partes do país devido à competitividade do preço do óleo de girassol", disse Rajesh Patel, sócio-gerente da GGN Research.
Em abril, os compradores indianos optaram por cancelar grandes quantidades de compras de óleo de palma pela primeira vez em muitos anos e a indústria esperava que as importações de maio caíssem para 700.000 toneladas.
Os compradores asiáticos, sensíveis a preço, tradicionalmente confiam no óleo de palma por causa do baixo custo e dos prazos de envio rápidos. Mas o óleo de palma passou a ser negociado com um prêmio em relação a outros óleos comestíveis, ao mesmo tempo em que os preços do óleo leve caíram, em parte por causa de uma safra recorde de colza.
O desconto do óleo de palma em relação aos óleos rivais chegou a 500 dólares por tonelada no trimestre de dezembro, mas o produto passou a ser negociado com um prêmio no início deste ano, já que a produção da Indonésia e da Malásia foi reduzida por chuvas excessivas.
O óleo de palma tradicionalmente representa cerca de dois terços das importações de óleo vegetal da Índia, oferecendo preços competitivos, mas sua participação caiu para cerca de 40% em maio, disse um negociante de Nova Délhi com uma trading global.
As importações de óleo de girassol em maio devem saltar 28% em relação ao mês anterior, para 319 mil toneladas, enquanto as importações de óleo de soja podem subir 16%, para 305 mil toneladas, de acordo com a estimativa média dos comerciantes.
A Índia compra óleo de palma principalmente da Indonésia, Malásia e Tailândia, enquanto importa óleo de soja e óleo de girassol da Argentina, Brasil, Rússia e Ucrânia.
"Os preços do óleo de palma cairão mais do que os óleos leves nos próximos meses para atrair compradores", disse o comerciante.
(Reportagem de Rajendra Jadhav)
0 comentário
“O agronegócio é o novo Vale do Silício”, diz presidente do Sindicarne
CNA e federações do Norte se reúnem com presidente da FPA
Balança comercial do agro paulista tem saldo positivo de US$ 2,78 bilhões em outubro
Bom dia Agro 28/11/24 - Aprovação da lei dos bioinsumos, tensões entre França e BR, pronunciamento de Haddad e mercado da soja
Dólar dispara e se aproxima dos R$ 6,00 com reação do mercado a pacote fiscal e reforma do IR
CNA diz que projeto de lei de bioinsumos dá segurança jurídica aos produtores