Açúcar: China caminha para pior safra em 7 anos em meio consumo que dispara pós-Covid

Publicado em 31/03/2023 11:16 e atualizado em 31/03/2023 12:29
Guangxi, maior região produtora do gigante asiático teve redução considerável de cana-de-açúcar por conta do clima adverso; importações na safra 2022/23 vão aumentar

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A China, que está entre os cinco maiores produtores globais de açúcar, caminha para ter em 2022/23 (outubro-setembro) a pior safra dos seus últimos sete anos, com uma produção estimada de 9,2 milhões de toneladas, ante 9,56 milhões de t na temporada 2021/22. A estimativa é da trading inglesa Czarnikow.

Além disso, não está descartada uma safra ainda menor, em 9 milhões de t.

O problema ainda maior é que esse resultado ocorre justamente em um momento que o país asiático retoma as atividades após restrições severas desde o início da pandemia de Covid-19. Com isso, o déficit doméstico chinês pode ser de até 6,5 milhões de t, o segundo maior da história chinesa.

Produção de açúcar na China nas últimas safras - Fonte: Czarnikow
Produção de açúcar na China nas últimas safras - Fonte: Czarnikow

"Guangxi é a maior região produtora de açúcar da China, respondendo por 60%. Houve uma redução considerável na produção de cana-de-açúcar por lá, embora um maior rendimento de sacarose tenha compensado parte da perda, mas no final das contas isso não adiantou", destaca a Czarnikow.

A trading destaca  que um grande produtor de cana-de-açúcar nesse importante estado produtora tem relatado durante todo este ano de 2023 tempo seco e, mesmo no início da safra, informou sobre a redução drástica de umidade em seus canaviais.

Embora haja menor disponibilidade de cana, maiores rendimentos de sacarose significam menos cana consumida por tonelada de açúcar, além de menores custos para as usinas. "O grande déficit eleva os preços do açúcar. O preço do açúcar de Guangxi está agora em 6.300 yuan/mt, 15% acima do custo da usina".

Esse mês de março é um período importante para os produtores de cana da China, pois marca a estação de plantio de primavera, e as condições do tempo seguem complicadas por lá. De acordo com dados meteorológicos locais, Guangxi teve de 11 de fevereiro a 21 de março chuvas 84,4% abaixo do normal.

China deve ter que importar mais

Apesar de ser uma das principais produtoras de açúcar do mundo, a China – com essa safra decepcionante e consumo pós-Covid em aceleração – deve precisar importar mais adoçante, inclusive do Brasil. Nas últimas safras, as importações do país oscilaram entre 3,80 a 6,39 milhões de t.

"O consumo de açúcar este ano se recuperará depois que a China suspendeu as restrições do Covid. Isso significa que a diferença entre produção e consumo de açúcar pode chegar a 6,5 ​​milhões de toneladas, a segunda maior da história", diz a Czarnikow.

Importações de açúcar pela China nas últimas safras - Fonte Czarnikow
Importações de açúcar pela China nas últimas safras - Fonte Czarnikow

Mas o mercado doméstico ainda não foi atingido pela escassez de oferta, segundo a trading, pois houve grandes importações nas últimas três temporadas. "Durante este período, a China importou 18,3 milhões de toneladas de açúcar. Os déficits foram de 15 milhões de toneladas".

Para 2022/23, a trading inglesa espera importações chinesas de 5,4 milhões de t de açúcar.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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