Após reunião com Mapa, Cofco, maior compradora chinesa pretende ampliar parceria com o Brasil
Principal empresa chinesa de investimentos no agronegócio brasileiro, a Cofco recebeu a comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na manhã desta sexta-feira (24) na sua sede em Pequim. Durante o encontro, o ministro Carlos Fávaro falou das potencialidades brasileiras para ampliação da parceria comercial.
"Há um marco sendo estabelecido na nossa missão aqui na China. Além das relações comerciais, a retomada das relações fraternais, consequentemente ampliaram nossa parceria para compra e venda de produtos", destacou o ministro.
As operações da Cofco no Brasil representaram a exportação de 33 milhões de toneladas de produtos, num total de U$ 5,4 milhões de investimentos, sendo que a empresa detém o quinto lugar nas exportações de milho, sexto em soja e sétimo em açúcar, com 7,2 mil funcionários no Brasil, o que representa 60% da força de trabalho da empresa fora da China. Além disso, a Cofco está investindo cerca de U$ 300 milhões na reforma e ampliação do terminal arrematado no leilão do Porto de Santos para aumentar a capacidade de transporte de grãos.
"Como todos já sabem, nosso presidente Xi Jinping valoriza muito a relação Brasil - China e também nossas operações em território brasileiro", comentou o chairman da Cofco, Lyu Jun.
O embaixador do Brasil na China, Marcos Galvão lembrou que a visita do presidente Lula, precedida pelo ministro Favaro, é um marco no relançamento das relações entre os países. "O Brasil respondeu, no ano passado, por 22% de tudo que a China comprou no mundo. Este é um grande símbolo da confiança e de como se dá a nossa parceria", disse.
Diante dos números apresentados, ele ressaltou que a empresa pretende atingir, no agronegócio mundial, a mesma representatividade que a Seleção Brasileira tem no futebol.
Para isso, as parcerias com o Brasil são fundamentais. Além da comercialização de grãos, Cofco investe em infraestrutura logística no Brasil e demonstrou interesse em ampliar a relação focada na economia verde, de baixo carbono, proposta pelo Mapa.
"Com toda essa introdução sobre a cooperação, ficamos satisfeitos e com esperança no futuro. O cenário, como o ministro e o embaixador falaram, é muito importante para a Cofco, mas também para os brasileiros e os chineses. Nos 15 anos futuros, com o aumento da qualidade de vida do povo chinês nossa cooperação vai se fortalecer mais. Não somente a Cofco, mas também a China precisa de mais parceria com o Brasil", afirmou Lyu Jun.
Com o foco no novo programa ABC do Plano Safra 23/24, que terá linhas de crédito diferenciadas e com juros mais atrativos para produtores que investirem em práticas sociomabientais, o Brasil poderá contar com mais investimentos do grupo chinês, inclusive para uma parceria privada, sob coordenação do Mapa, para a recuperação de pastagens degradadas.
Diante da proposta apresentada, a Cofco organizará uma missão para visitar o Brasil em breve e seguir nas negociações.
Também participaram da reunião oficial os secretários de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa; de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart; o assessor especial Carlos Ernesto Augustin; o chefe de gabinete, Wilson Taques; o secretário adjunto de Relações Internacionais, Fernando Zelner; o adido agrícola da Embaixada do Brasil, Fábio Araújo, a diplomata da seção de agricultura Ana Prates e o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, André Nassar, além da diretoria executiva da Cofco.
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