Hortifruti/Cepea: Mais um ano de La Niña no Brasil
O fenômeno climático La Niña – que impactou a produção de frutas e hortaliças no verão 2021/22 – está atuando novamente no Brasil nesta temporada 2022/23, com excesso de chuva no Nordeste e precipitações abaixo da média e/ou irregulares no Sul.
De um modo geral, enquanto no Nordeste o intenso volume de chuva prejudica parte da produção de frutas, especialmente a voltada à exportação, no Sul do País (sobretudo no Rio Grande do Sul), a menor quantidade de precipitação favorece a produção de batata e de tomate em parte das regiões – mas o cenário não é tão benéfico para a cenoura e cebola.
Paralelamente ao efeito do La Niña, o Sudeste registrou em 2022 e neste verão 2023 chuvas acima da média, por conta da passagem de umidade pela porção Central do Brasil, conforme indicações da Rural Clima. Esse cenário favoreceu a recuperação das reservas hídricas do Sudeste, mas prejudicou a qualidade e a produtividade de hortifrútis produzidos na região, além de ter elevado os custos de produção, à medida que houve necessidade de intensificação no manejo fitossanitário.
Tudo indica que o La Niña perderá força em março, e o clima deve se normalizar entre o outono e inverno 2023. Já no segundo semestre, há indícios de que o El Niño volte ao Brasil, resultando em clima ao contrário do observado atualmente, ou seja, chuvas escassas no Nordeste e acima da média no Sul.
RELEMBRANDO AS CAUSAS DO LA NIÑA E EL NIÑO:
FENÔMENO ENOS SÃO MAIS RELEVANTES NOS EXTREMOS DO BRASIL: segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), La Niña e El Niño são partes de um mesmo fenômeno (ENOS) e referem-se às situações nas quais o Oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño) ou mais frio (La Niña) do que a média normal histórica, trazendo efeitos globais na temperatura e nas precipitações. No Brasil, alguns dos impactos gerados pelo La Niña são chuvas mais frequentes no Norte e Nordeste e reduzidas no Sul. Já no Centro-Oeste e Sudeste, o La Niña não tem atuação tão relevante e outros fenômenos – em conjunto – acabam influenciando o clima. O El Niño, ao contrário, proporciona chuvas acima da média no Sul do Brasil, mas abaixo do que é normalmente registrado nas regiões Norte e Nordeste.
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