Investidores elevam confiança em aumento de capital multibilionário do Credit Suisse
Por Lucy Raitano e Pablo Mayo Cerqueiro
(Reuters) - O Credit Suisse entrou nesta quinta-feira na fase final de um aumento de capital de 4 bilhões de francos suíços (4,25 bilhões de dólares), recursos que pretende usar em uma reestruturação para colocar um fim a anos de escândalos.
Apesar da ampla incerteza do mercado, cinco banqueiros envolvidos na emissão de direitos de subscrição de 2,2 bilhões de francos desta quinta-feira disseram estar confiantes de que os investidores poderão absorver mais de 90% da oferta e os deixarão para enxugar apenas uma quantidade residual de ações.
O Credit Suisse já emitiu cerca de 1,8 bilhão de francos em ações adquiridas por grupo de investidores institucionais liderados pelo Saudi National Bank.
Os cinco banqueiros, que pediram para não serem identificados, apontaram a melhora do desempenho das ações do banco nos últimos dias, bem como o volume de direitos negociados, como um sinal de que os investidores estão confiantes com o aumento de capital.
O resultado da operação deve ser anunciado após o fechamento do mercado nesta quinta-feira.
O Credit Suisse não comentou.
O pacote combinado de 4 bilhões de francos destina-se a financiar uma recuperação e fortalecer o balanço do banco, à medida que a instituição se esforça para superar escândalos e prejuízos que geraram especulações sobre seu futuro e levaram a grandes saques de recursos por parte de seus clientes.
Depois de fechar acima de 3 francos suíços na segunda-feira, as ações do Credit Suisse recuaram ligeiramente, terminando a sessão de quarta-feira em 2,851 francos suíços.
Crucialmente, elas se mantiveram nesta quinta-feira acima do preço de subscrição de 2,52 francos suíços e estavam sendo negociadas a 2,903 francos suíços por volta de 11h15 (horário de Brasília), uma alta de cerca de 1,8%.
Os direitos de subscrição dão aos titulares a opção de compra de ações com desconto por meio do aumento de capital.
Um amplo spread (diferença) entre o preço das ações de uma empresa durante uma operação como essa em relação a seu preço de subscrição é frequentemente visto como indicativo do apetite do mercado.
Se as ações caírem abaixo do preço de emissão, os investidores podem comprá-las mais baratas no mercado, levando a uma participação menor na subscrição e potencialmente sobrecarregando os bancos que coordenam a assumirem o restante.
O Credit Suisse, o segundo maior banco da Suíça, foi atingido por uma série de escândalos e prejuízos, incluindo uma perda de 5,5 bilhões de dólares com o desmembramento da empresa de investimentos norte-americana Archegos.
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