Milho segue o trigo e cai em Chicago nesta 2ªfeira, mesmo com suporte do clima na AMS
A segunda-feira (05) chega ao final com os preços futuros do milho praticamente estáveis, mas ficando em campo levemente negativos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,25 e R$ 90,41.
O vencimento janeiro/23 foi cotado à R$ 87,25 com queda de 0,07%, o março/23 valeu R$ 90,41 com perda de 0,02%, o maio/23 foi negociado por R$ 90,00 com baixa de 0,10% e o julho/23 teve valor de R$ 87,39 com desvalorização de 0,13%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Bolsa Brasileira teve uma leve correção negativa acompanhando as movimentações de Chicago, mas sustentada pelo dólar, que é o balizador da exportação.
“O mercado está tentando segurar o patamar de R$ 90,00”, afirma.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve uma segunda-feira negativa. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Dourados/MS. Já as desvalorizações apareceram em Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Amambai/MS e Porto Paranaguá/PR.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico do milho, o cereal fechou a sexta-feira sendo comercializado na faixa dos R$ 86,00/sc, equilibrado entre exportações e mercado doméstico”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, os preços do milho se enfraqueceram ao longo da semana passada nos portos e também em muitas praças acompanhadas pelo Cepea no interior do País. Segundo pesquisados do Cepea, os valores foram pressionados pela menor paridade de exportação.
“Já as vendas externas do cereal seguem aquecidas, e há sinalização de movimento intenso nas próximas semanas. A Secex indicou que saíram dos portos brasileiros 6 milhões de toneladas de milho em novembro, mais que o dobro (153%) do volume embarcado em novembro/21”.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que as recentes negociações nos portos brasileiros ocorrem em um cenário de preocupações com a oferta mundial (devido à seca na União Europeia e na China), com as tensões no Mar Negro (em função dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia) e com o clima na América do Sul, sobretudo na Argentina.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) até começou a segunda-feira em leve alta, mas perdeu força e fechou o dia com os preços internacionais do milho futuro contabilizando movimentações negativas.
O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,28 com desvalorização de 6,25 pontos, o março/23 valeu US$ 6,40 com baixa de 5,75 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,42 com queda de 5,00 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,39 com perda de 4,75 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (02), de 1,10% para o dezembro/22, de 0,93% para o março/23, de 0,77% para o maio/23 e de 0,78% para o julho/23.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho cedeu, pressionado pela queda do trigo, embora as condições de seca na América do Sul tenham adicionado suporte.
A publicação destaca que, os preços de exportação do trigo russo caíram na semana passada em meio a uma colheita recorde na Rússia e a oferta ativa do Mar Negro. “O maior exportador do mundo está dando o tom dos preços, e está mais baixo”, disse à Reuters, Don Roose, presidente da US Commodities.
Christopher Walljasper, da Reuters Chicago, ressalta ainda que os contratos futuros de milho e soja seguiram em baixa, embora as perdas tenham sido limitadas pelo clima adverso nas principais áreas produtoras da América do Sul, incluindo uma seca prolongada que deixou mais de um terço da soja plantada na principal região agrícola da Argentina em condições regulares a ruins.
“Os grãos tentaram seguir para cima várias vezes hoje, e eles simplesmente não conseguem manter a força. Não estamos preocupando os usuários finais globais o suficiente para intensificar e fazer compras. Pelo menos por enquanto, não há senso de urgência”, disse à Reuters, Ted Seifried, vice-presidente do Zaner Group.
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