hEDGEpoint analisa em relatório impactos da renovação do acordo de grãos na Ucrânia
Após semanas de um intenso vaivém diplomático (e até militar) entre o Ocidente e a Rússia, veio a confirmação que o Acordo do Corredor de Grãos seria renovado por mais 120 dias. Mesmo que isso tenda a trazer alívio para os preços dos alimentos, é importante lembrar que Moscou ainda pode travar os fluxos marítimos usando tanto meios militares quanto burocráticos, indica a hEDGEpoint Global Markets em relatório desta semana.
“Apesar de todos os seus esforços, a Ucrânia ainda está muito abaixo dos níveis de exportação vistos nos anos anteriores e mesmo uma alta nos embarques nos próximos meses não compensaria as perdas ocorridas no começo da Guerra”, observa o analista David Silbiger de commodities da companhia, David Silbiger.
Segundo ele, ainda existe a preocupação que a Rússia, de maneira consciente ou não, trave as exportações por meio de ataques às infraestruturas necessárias, ou até anunciando outra suspensão repentina do Acordo. Dado que os portos no Mar Negro são de longe o modal favorito para as exportações, qualquer interrupção nesse fluxo seria extremamente prejudicial para as perspectivas ucranianas, especialmente quando levamos em consideração que a capacidade máxima dos portos ainda nem sequer foi atingida.
De acordo com o último relatório do WASDE, a Ucrânia será responsável por 5% das exportações globais de trigo no ciclo 22/23, com a expectativa de embarcar 11 M mt. Assim, poderia se pensar que o foco do mercado na questão da renovação é exagerado, dado que existem fluxos muito mais significativos em outros players. Mesmo que, na escala global, o papel da Ucrânia possa ser facilmente superado por outros exportadores, na dinâmica do Mediterrâneo o trigo que sai de Odessa vem tendo um papel de destaque, especialmente para a Turquia.
E talvez a extensão tenha mais impactos na própria Ucrânia do que em outros players, já que permitiria que os pressionados produtores tivessem acesso aos mercados internacionais e seus capitais. Assim, uma expansão estável das exportações via Mar Negro poderia trazer uma motivação, não só para o momento atual de final de colheita, mas também (e principalmente) para levar a um aumento da área a ser plantada no próximo ciclo.
0 comentário
Ibrafe: semana foi marcada por poucos negócios no mercado do feijão
Semeadura do feijão está concluída na maior parte do Rio Grande do Sul
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso