Reuters: Ao dizer que Brasil voltou, Lula defende governança global climática e afirma que será "cobrador"
SHARM EL-SHEIKH, Egito (Reuters) - Em seu primeiro discurso em um fórum internacional após a vitória nas urnas, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que o Brasil voltou, defendeu uma governança global para tratar do clima e destacou que no seu futuro governo vai adotar uma postura mais cobradora dos países ricos para enfrentar questões do aquecimento no mundo.
"Se tem uma coisa que nós precisamos de uma governança global é a questão climática. Nós temos que ter um fórum multilateral que decida com poder de decisão definitiva para que seja aplicado, porque senão o tempo passa, a gente morre e as coisas não são cumpridas neste mundo", disse Lula, em discurso na COP27, evento das Nações Unidas para o clima realizado no Egito.
No pronunciamento, o petista cobrou uma maior ação e participação de nações ricas para minimizar problemas decorrentes do aquecimento global. Ele citou que, em 2009, países presentes à COP15 em Copenhague comprometeram-se em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Mas, destacou, a promessa ainda não foi cumprida.
"É preciso tornar disponíveis recursos para que os países em desenvolvimento, em especial os mais pobres, possam enfrentar as consequências de um problema criado em grande medida pelos países mais ricos, mas que atinge de maneira desproporcional os mais vulneráveis", ressaltou ele.
Lula disse que será o "Lula cobrador" a partir de 2023 e que falava em nome do povo brasileiro.
O presidente eleito afirmou que o país vai oferecer o Brasil para sediar a COP30, em 2025, e espera que o evento ocorra em uma cidade da região amazônica.
(Reportagem de Jake Spring e William James, em Sharm el-Sheikh, Egito; Reportagem adicional e texto de Ricardo Brito, em Brasília)
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