EUA podem contornar recessão em 2023, mas Europa não terá tanta sorte, diz Morgan Stanley
Por Kevin Buckland
TÓQUIO (Reuters) - As economias do Reino Unido e da zona do euro devem entrar em recessão no ano que vem, disse o Morgan Stanley, mas os Estados Unidos podem escapar por pouco graças a um mercado de trabalho resiliente.
Ao mesmo tempo, a reabertura esperada da China após quase três anos de restrições de combate à Covid-19 deve determinar uma recuperação em sua própria economia e em outros mercados asiáticos emergentes, disseram analistas do banco de investimento em uma série de relatórios publicados no domingo.
"Os riscos estão no lado negativo", disseram os relatórios, projetando que a economia global crescerá 2,2% no próximo ano, abaixo da última estimativa de crescimento de 2,7% do Fundo Monetário Internacional.
No ano que vem, o Morgan Stanley prevê uma forte divisão entre as economias desenvolvidas "em recessão ou próximas à recessão", enquanto as economias emergentes "se recuperam modestamente", mas disse que uma recuperação global geral deve permanecer difícil.
A economia da China deve crescer 5% em 2023, superando o crescimento médio de 3,7% esperado para os mercados emergentes, enquanto o crescimento médio no G10 é projetado em apenas 0,3%.
Os bancos centrais de todo o mundo elevaram as taxas de juros este ano para conter a inflação alta e, nos Estados Unidos, o Morgan Stanley previu que o Federal Reserve manterá os custos dos empréstimos altos em 2023, já que a inflação continua forte após pico no quarto trimestre deste ano.
“A economia dos EUA apenas contorna a recessão em 2023, mas o pouso não parece tão suave conforme o crescimento do emprego diminui significativamente e a taxa de desemprego continua a aumentar”, disse o relatório, prevendo uma expansão de 0,5% no próximo ano.
“O efeito cumulativo de uma política monetária rígida em 2023 se estende até 2024, resultando em dois anos muito fracos”, acrescentou o relatório.
Também globalmente, o pico da inflação deve ocorrer no trimestre atual, disseram os analistas, "com a desinflação impulsionando a narrativa no próximo ano".
(Reportagem de Kevin Buckland)
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