Soja: Mercado em Chicago segue no vermelho nesta 5ª com pressão forte do financeiro e atento à China
O mercado da soja segue trabalhando em campo negativo nesta quinta-feira (3) na Bolsa de Chicago, acompanhando o movimento de baixa generalizada das commodities, em especial depois dos anúncios do Federal Reserve no dia de ontem, aumentando a taxa básica de juros do país, dando espaço para uma forte alta do dólar. Assim, por volta de 14h25 (horário de Brasília), cediam entre 11,50 a 14 pontos nos contratos mais negociados, com o janeiro sendo cotado a US$ 14,40 e o maio a US$ 14,55 por bushel.
Do lado macroeconômico, segue a alta de mais de 1% do dólar index na tarde de hoje, com o índice chegando a 112.805 pontos, ajudando na pressão não só sobre a soja, mas sobre todos os grupos de commodities. As únicas que passaram para o lado positivo da tabela foram o algodão - que sobe mais de 4% - e o açúcar, ambos negociados na Bolsa de Nova York. O petróleo continua caindo, bem como os índices acionários.
O chairman do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, em seu discurso nesta quarta, afirmou, no entanto, que existem ainda incertezas sobre até onde os juros precisam subir e que eles poderiam ficar acima do estimado em setembro.
Powell fala ainda sobre uma reavaliação do ritmo nas altas da taxa, porém, também sem dar mais detalhes. "Pode acontecer já na próxima reunião ou na outra", disse Powell. "Nenhuma decisão foi tomada. É provável que tenhamos uma discussão sobre isso na próxima reunião", disse.
Ainda nesta quinta, a China voltou a afirmar que tem registrado o maior número de casos de Covid-19 desde agosto e que as duras medidas de controle e de tolerância zero à doença continuam. Todavia, na última terça-feira, a agência estatal de notícias da nação asiática, a Xinhua, noticiava sobre uma possibilidade de relaxamento de tais medidas.
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No entanto, como explica a equipe da Agrinvest Commodities, "os estoques de soja e farelo na China continuam muito baixos. A China ainda precisa cobrir boa parte de sua demanda para dezembro e janeiro".
No reporte semanal de vendas para exportação, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe vendas de soja dentro das expectativas do mercado. Os Estados Unidos venderam 830,2 mil toneladas de soja na última semana, enquanto os traders esperavam algo entre 700 mil e 1,6 milhão de toneladas. A maior parte foi adquirida pela China, que respondeu pelas compras de mais de 740 mil toneladas. Em todo ano comercial, os EUA já comprometeram 32,297,8 milhões de toneladas da oleaginosa, 1% a mais do que no mesmo período do ano ano passado. O USDA estima que em toda temporada sejam exportadas 54,16 milhões de toneladas.
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Ao lado de todas as notícias vindas da macroeconomia, do cenário geopolítico e da China, atenção mantida sobre o clima na América do Sul e no plantio brasileiro, que já está bastante adiantado. Ainda no Brasil, foco também sobre a questão logística e dos bloqueios que ainda são registrados em diversos pontos do país.
Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira, pediu que os manifestantes liberem as rodovias, citando inclusive os impactos sobre o abastecimento.
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