Soja: Baixo nível do rio Mississippi e avanço rápido da colheita nos EUA pressionam cotações em Chicago e fazem prêmios disparar no Golfo
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Soja: Baixo nível do rio Mississippi e avanço rápido da colheita nos EUA pressionam cotações em Chicago e fazem prêmios dispararem no Golfo
A terça-feira (18) terminou com os preços da soja perdendo mais de 10 pontos na Bolsa de Chicago entre os contratos mais negociados, enquanto os prêmios disperaram no Golfo do México diante dos problemas se agravando com a logística norte-americana. O baixo nível do rio Mississippi segue travando o fluxo dos grãos no país, represando o produto, ainda mais com a colheita avançando rapidamente no país, como explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Assim, o contrato novembro perdeu 13,25 para fechar o pregão cotado a US$ 13,72, enquanto o maio foi a US$ 13,97, com baixa de 9,50 pontos.
"A China tem três milhões de toneladas de soja compradas nos EUA que não consegue embarcar", explica Sousa, relatando ainda que os prêmios da oleaginosa dos EUA chegaram a marcar até 290 cents de dólar por bushel sobre Chicago nesta semana, deixando o produto mais caro do que o brasileiro agora. "Nesta semana vendemos soja com prêmio de 250 acima", diz.
O atual cenário poderia, inclusive, levar o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a revisar para baixo suas estimativas de exportação para esta safra, aumentando os estoques americanos e pressionando ainda mais os preços. "Não vejo uma solução imediata para a questão da navegação americana e o clima está favorável para a colheita", explica o consultor.
Assim, a expectativa de Sousa é de que os prêmios altos persistam no mercado norte-americano, inclusive no início do próximo ano. E caso isso se confirme pode contribuir para uma demanda se voltando mais para a soja brasileira, que estará chegando ao mercado no mesmo período e, possivelmente, com valores ainda mais atrativos.
O diretor do Grupo Labhoro afirma que o clima na América do Sul será determinante para o caminhar dos preços daqui em diante, principalmente com a possibilidade de novas safras cheias por aqui, podendo entregar uma oferta de 215 a 220 milhões de toneladas nesta nova temporada, sendo algo entre 150 e 152 milhões de toneladas, caso as condições climáticas contribuam para isso.
"Caso essas safras se confirmem haverá pressão de vendas e pressão sobre os preços", afirma o executivo. E assim, o tímido percentual de soja comercializada da safra 2022/23 do Brasil pode ser um problema mais a diante. "Estamos no meio de uma questão das eleições e se Jair Bolsonaro for reeleito, a tendência do dólar seria, naturalmente, ceder", complementa Sousa, dizendo ainda que o produtor brasileiro terá que fazer um monitoramento constante do mercado, porém, tendo que dinamizar suas atividades daqui para frente.
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