Problemas com transporte pressionam estoques de soja da China e atingem produção de ração

Publicado em 18/10/2022 08:39

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Por Naveen Thukral e Dominique Patton

CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) – Os estoques de soja da China devem encolher ainda mais à medida que os atrasos nos embarques dos Estados Unidos aprofundam a escassez do farelo de soja, principal ingrediente da ração animal, mantendo os preços em níveis recordes.

Navios que transportam até três milhões de toneladas de soja dos EUA que estavam programados para chegar este mês e em novembro devem sofrer um atraso de cerca de 15 a 20 dias, disseram dois traders de soja à Reuters.

Enquanto os atrasos nas cargas dos EUA provavelmente pesarão nos futuros de referência da soja em Chicago, a oferta apertada de farelo de soja impulsionará os preços do suíno na China.

A cotação em Guangdong, uma das maiores regiões consumidoras de carne suína da China, atingiu uma máxima de um ano e meio nesta semana e aumentou quase 60% desde março.

“A oferta de farelo de soja da China está muito apertada no momento e está piorando com os carregamentos dos EUA chegando atrasados”, disse um trader de Cingapura em uma trading internacional, que possui plantas de esmagamento de soja na China.

“Os preços do farelo de soja continuarão altos, já que essa situação de oferta apertada continuará até o final do ano”, acrescentou o trader.

“Os suinocultores estão procurando fontes alternativas de proteína, pois reduziram a quantidade de farelo de soja na ração”, disse um segundo trader de Cingapura. “Isso vai sustentar os preços da carne suína.”

Os preços mais altos do suíno também impulsionaram a demanda para criar mais porcos até chegarem a pesos maiores, aumentando a demanda por ração animal.

O baixo nível de água no rio Mississippi este ano afetou o transporte de grãos, fertilizantes e outras commodities na hidrovia crítica.

As exportações de soja dos EUA estão abaixo do ritmo normal do outono, apesar do aumento da oferta de uma colheita acelerada, já que os baixos níveis dos rios desaceleraram o fluxo de barcaças de grãos para os terminais de exportação, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgados na segunda-feira.

Os transportadores reduziram os reboques de barcaças em quase 40% e diminuíram a quantidade de grãos carregados em cada barcaça para evitar encalhe em cursos d’água ressecados pela seca.

“Os compradores chineses não cobriram suas necessidades de grãos suficientes em julho, agosto e setembro”, disse um trader de Pequim de uma trading internacional.

“O preço estava muito alto, então eles hesitaram em levar os grãos e cobriram apenas 80% dos embarques. Então tivemos a questão do rio Mississippi. As cargas que deveriam ser carregadas em outubro vão rolar para novembro.”

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS LF

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Fonte:
Reuters

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