Soja: Mercado brasileiro deve ter semana importante e apoio dos prêmios para preços melhores

Publicado em 10/10/2022 18:02

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O mercado da soja fechou o pregão desta segunda-feira (10) em alta na Bolsa de Chicago, porém, com ganhos bem mais tímidos do que os registrados mais cedo, quando passavam de 20 pontos. Na conclusão do dia, as altas ficaram entre 6,25 e 7 pontos, levando o novembro a US$ 13,74 e o maio - referência para a safra brasileira - a US$ 14,03 por bushel. 

Por outro lado, o dólar cedeu e fechou a segunda-feira com baixa de 0,42% para R$ 5,19, neutralizando os ganhos em Chicago na formação para os preços no mercado brasileiro. Assim, a semana começa com negócios tímidos, porém, com o mercado atento. 

"Esta é uma semana importante para o mercado, que está nervoso e deve ser aquecido. É uma semana para quem precisa fazer caixa, que vai ter comprador nos portos, devemos ver agressividade dos compradores, é possível que vejamos os preços começando a melhorar nos portos brasileiros - semana passada fechou com prêmios bem altos, perto dos 260 cents de dólar (sobre os valores praticados em Chicago) - podem subir mais nesta semana e por isso que as cotações podem chegar a níveis bem interessantes ao produtor", explica Vlamir Brandalizze. 

Ainda segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, a semana já começa com indicativos melhores do que os registrados no final da anterior. Assim, o levantamento da consultoria mostra que, no mercado de balcão, as referências variam de R$ 169,00 a R$ 175,00, com o mercado mais aquecido, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. 

No mercado de lotes os preços também melhoraram. Assim, os portos voltam a testar referências próximas dos R$ 190,00 por saca mais uma vez, com destaque de Brandalizze para a posição de entrega outubro e recebimento junho ficando em R$ 195,00, podendo chegar aos R$ 196,00 por saca. "E não é de duvidar que nesta semana essa posição de entrega curta, recebimento no meio do ano que vem, possa chegar aos R$ 200,00. E as posições começam a semana com chance de continuar uma escalada", diz. 

Os prêmios começam a semana no mercado nacional testando ainda o intervalo de 250 a 260 cents de dólar sobre a CBOT, mas com chance de subida e comentários no mercado de até 270, ainda segundo o consultor. 

As altas da oleaginosa na Bolsa de Chicago, em partes, se deram na carona do trigo - que subiu mais de 6% nos vencimentos mais curtos - refletindo a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia - e, como explica Vlamir Brandalizze, podem se intensificar caso os ataques se tornem ainda mais severos nestes próximos dias. 

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BOLSA DE CHICAGO

Os ataques à ponte que liga a Crimeia à Rússia escalou as tensões e pode agravar ainda mais a situação já ruim do fluxo dos cereais russos, deixando a oferta ainda mais ajustada. Em resposta à explosão da ponte, tropas russas intensificam ataques à cidades ucranianas, além de de Vladimir Putin já ter falado em atos terroristas por parte da Ucrânia e garantido "respostas duras" ao país de Volodymir Zelensky. 

Nesta segunda, a capital Kiev já registrou bombardeios. 

"Através de suas ações, o regime de Kiev se colocou em pé de igualdade com os mais odiosos grupos terroristas internacionais. É simplesmente impossível deixar crimes desse tipo sem resposta", disse Putin, em discurso de abertura em uma reunião do Conselho de Segurança russo. 

Ao lado das notícias da guerra, a China volta do feriado da chamada Golden Week com força nos mercados de farelo de soja e suínos, ambos subindo intensamente na Bolsa de Dalian neste começo de semana. 

Segundo informações apuradas pela Agrinvest Commodities, o farelo quase bateu no limite de alta na Bolsa de Dalian na retomada dos negócios após a Semana Dourada, registrando 5% de alta na máxima do dia, enquanto o suíno chegou a subir até 6%.

Como explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest, o consumo de carne foi forte na nação asiática e os estoques de farelo continuam caindo. "A tendência só deve se intensificar. O lineup de soja nos EUA e na Argentina ainda estão baixos, o que me diz que as fábricas de rações na China terão que correr atrás das alternativas", diz, complemetando com a preocupação sobre a logística comprometida nos EUA em função do baixo nível do rio Mississippi. 

Vanin alerta, por outro lado, sobre - mais uma vez - o crescimento do número de lockdowns na China em função do aumento dos casos de Covid-19. Foram quase 2 mil novos casos somente neste domingo (9). 

O mercado também se ajusta antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quarta-feira (12). 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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