Ibovespa quebra série de altas e recua, mas avança na semana com eleição

Publicado em 07/10/2022 17:09 e atualizado em 07/10/2022 18:01

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, encerrando uma série de cinco pregões de alta, com as ações da Cosan entre as maiores baixas após anunciar compra de participação na Vale, que também perdeu o fôlego após a notícia.

Wall Street endossou o ajuste na bolsa paulista, mais uma vez fechando em baixa, com dados de emprego corroborando as apostas de que o Federal Reserve seguirá com a campanha de aumento da taxa de juros que muitos investidores temem que leve a economia dos Estados Unidos a uma recessão.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,01%, a 116.375,25 pontos, após encostar nos 118 mil pontos na máxima do pregão. O volume financeiro somou 32,5 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa valorizou-se 5,76%, em desempenho que reflete principalmente a alta de 5,54% na segunda-feira, quando reagiu ao resultado do primeiro turno das eleições no Brasil, com disputa mais apertada do que o esperado na corrida presidencial e uma composição de centro-direita no Congresso.

As primeiras pesquisas divulgadas durante a semana, incluindo Datafolha nesta sexta-feira, continuaram apontando favoritismo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) para o segundo turno, no dia 30.

Em Nova York, o S&P 500 caiu 2,8%.

O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou a criação de 263 mil vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, abaixo das 315 mil de agosto, mas acima do esperado, enquanto o desemprego caiu a 3,5%.

Para Raone Costa, economista-chefe da gestora Alphatree, os dados são uma evidência de que o mercado de trabalho norte-americano está começando a esfriar, mas é algo ainda muito incipiente, e as contratações ainda estão em um patamar forte.

"Acredito que seja um dado que não define nada para o Fed", afirmou, referindo-se ao banco central dos EUA. Na visão dele, o principal componente para a próxima decisão é o índice de preços ao consumidor (CPI). O dado de setembro sairá no próximo dia 13.

Os números, na visão de Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal, reforçam sua projeção de alta do juro dos EUA em pelo menos 1,25 ponto percentual até o final do ano.

 

DESTAQUES

- COSAN ON desabou 8,72%, a 16,65 reais, após o conglomerado anunciar durante o pregão que adquiriu participação de aproximadamente 4,9% do total de ações ordinárias de mineradora Vale. VALE ON recuou 0,05%, a 75,51 reais, revertendo os ganhos apurados antes do anúncio, que chegaram a 5,15% no melhor momento.

- MRV&CO ON recuou 5,72%, a 11,7 reais, pressionada pela decisão de suspender planos para um processo de financiamento da Resia, subsidiária nos EUA, via entrada de um investidor, devido a condições de mercado. Ainda assim, divulgou plano de elevação gradual das unidades construídas e vendidas pela Resia até atingir 12.000 por ano em 2030.

- BRADESCO PN caiu 2,38%, a 20,47 reais, tendo de pano de fundo relatório do JPMorgan cortando a recomendação da ação para 'neutra', enquanto vê o banco mais exposto a classes de renda mais baixas, que apresentam maior risco de crédito. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,21% e BANCO DO BRASIL ON avançou 0,22%.

- PETROBRAS PN desvalorizou-se apenas 0,09%, a 33,63 reais, em dia de forte alta do petróleo no exterior, enquanto agentes financeiros seguem atentos ao noticiário sobre o segundo turno da eleição presidencial no Brasil. Agentes veem o papel como o mais afetado pelo desfecho das urnas no próximo dia 30.

- CIELO ON avançou 2,75%, a 5,6 reais. Analistas do Bank of America elevaram a recomendação das ações para "compra", bem como o preço-alvo para 7,4 reais, avaliando que o forte impulso dos lucros e o "valuation" ainda descontado devem sustentar o forte desempenho dos papéis.

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Fonte:
Reuters

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