Soja testa os dois lados da tabela em Chicago nesta 4ª se dividindo entre fundamentos; clima no BR em foco

Publicado em 28/09/2022 14:49 e atualizado em 28/09/2022 17:46

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Depois de testar os dois lados da tabela durante todo o dia nesta quarta-feira (28), os futuros da soja fecharam o pregão na Bolsa de Chicago com pequenas altas entre os principais contratos. Os ganhos variaram de 0,75 a 4,50 pontos, levando o novembro a fechar em US$ 14,08 e o março a US$ 14,20 por bushel. Ao longo do dia, os primeiros vencimentos chegaram a operara abaixo dos US$ 14,00 e a testarem suas mínimas em duas semanas. 

Mais cedo, o mercado do grão chegou a operar com baixas de dois dígitos na CBOT, ainda sentindo a pressão de uma combinação do financeiro e de fundamentos neste momento. O dia, apesar das oscilações bastante tímidas, tem sido de muita volatilidade. 

"Os traders esperam novas notícias para terem uma visão mais clara sobre o mercado, mas ainda muito divididos entre fundamentos altistas e baixistas, consequentemente, enfrentando um mercado volátil", afirma Ginaldo Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro.

Os futuros da oleaginosa seguem focados nos fundamentos - colheita americana, plantio brasileiro e comportamento da demanda - enquanto também sente os impactos da macroneconomia e do comportamento das demais commodities. 

"Para o Brasil, o modelo GFS gerado nesta manhã (28) indica clima seco o MATOPIBA, norte de MG e de GO, leste do MT, grande parte do PR e do RS, SC. Leves acumulados são previstos para o MT, norte do PR, pontual no oeste do RS, GO, MG, SP, nordeste do MS. Acumulados moderados a fortes no sudoeste do MT, noroeste e sul do MS, sudeste do MS", complementa Sousa. 

Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta, Francisco de Assis Diniz, meteorologista e consultor em clima, afirmou que o acumulado previsto de chuvas para os próximos sete dias indica volumes consideráveis para grande parte do Brasil, com a umidade inclusive chegando à região do MATOPIBA, que vinha sofrendo com dias mais secos. 

Mais do que isso, Assis afirma que as chuvas em Mato Grosso - maior estado produtor de soja do país - deverão ter sua distribuição mais regular nas próximas semanas, depois de um começo de temporada com precipitações mais irregulares. 

E nesta terça-feira (27) já foram registradas algumas chuvas no sul e oeste mato-grossenses, mesmo que ainda esparsas. Santa Catarina, sul do Paraná, centro e leste de São Paulo, sul de Minas Gerais e sul do Goiás também receberam alguns volumes, ainda de acordo com apuração da Labhoro. 

CHuvas BR 24h
Mapa: Grupo Labhoro

Nesta semana, o mercado aguarda também pelos dados dos estoques trimestrais de grãos que serão divulgados na sexta-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

"O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos  deve estimar na sexta-feira que os estoques domésticos de soja em 1º de setembro deste ano eram menores do que os verificados um ano antes. De acordo com a média das estimativas de analistas, o relatório trimestral de estoques do USDA deve mostrar que as reservas de soja no começo de setembro somavam 247 milhões de bushels (6,72 milhões de toneladas), volume inferior ao de 1º de setembro de 2021, de 257 milhões de bushels (7,00 milhões de toneladas)", afirma o diretor do grupo.

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, pouco estímulo também se viu sobre a formação dos preços, uma vez que o dólar voltou a cair frente ao real. A moeda americana terminou o dia com R$ 5,35 e baixa de 0,50%, também depois de uma sessão volátil. 

Os negócios foram escassos, com produtores focados no plantio e esperando um direção mais clara do mercado, principalmente na Bolsa de Chicago. Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quara-feira, Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest Commodities, explicou que a volatilidade entre os grãos seguirá forte e intensa, mas com o mercado dando ainda oportunidade aos produtores brasileiros. 

Mais do que isso, reforça sobre a movimentação do dólar e como ela será determinante para, inclusive, o comportamento da demanda. 

Assim, para os preços no mercado de balcão, estabilidade ou ligeiras baixas de R$ 1,00 a R$ 2,00 por saca, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Já nos portos, indicativos perto de R$ 180,00 para a safra nova e ainda acima dos R$ 190,00 no spot. 

"Há pouco movimento de venda de produtor no grão futuro para março em diante, já que os níveis dos R$ 177 por saca nos portos não atraem ofertas e os negócios que são comentados vem de fechamentos de soja spot para fazer caixa para tocar o plantio, com alguns fechamentos para receber em janeiro e assim passar o ano fiscal para frente. O otimismo na safra segue forte e vai indicando que deve bater os 43 milhões de hectares neste ano", diz Brandalizze.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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