Goldman Sachs vê forte deterioração fiscal em 2023 com promessas de gastos de Lula e Bolsonaro

Publicado em 22/09/2022 14:50

Logotipo Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O Goldman Sachs espera que o quadro fiscal brasileiro "se deteriore visivelmente" em 2023, já que os dois principais candidatos à Presidência nas eleições deste ano se comprometeram com a manutenção de programas de transferência de renda o que, somado a outras pressões fiscais, provavelmente exigirá propostas de suspensão do teto de gastos.

Tanto o atual presidente e candidato a um segundo mandato Jair Bolsonaro (PL) quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm prometido manter em 600 reais o valor do Auxílio Brasil, programa que substituiu o antigo Bolsa Família, caso sejam eleitos.

Além disso, o vencedor das eleições provavelmente não reverterá imediatamente os cortes de impostos aprovados neste ano diante da inflação elevada e ficará sob pressão para aumentar os salários do funcionalismo público e corrigir a tabela do imposto de renda, avaliaram em relatório Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina, e Renan Muta, analista, do Goldman Sachs.

"Será praticamente impossível acomodar as pressões de gastos em andamento e outras promessas de campanha dentro dos limites do teto de gastos. Assim, esperamos que o próximo presidente proponha uma emenda constitucional para suspender o teto de gastos e, posteriormente, proponha uma nova regra fiscal (provavelmente mais flexível) para ancorar a política fiscal", disseram os especialistas.

A regra do teto de gastos --que limita o crescimento das despesas públicas à variação da inflação-- já foi flexibilizada no final do ano passado pela PEC dos Precatórios. Este ano, as despesas com o aumento do Auxílio Brasil ainda for a excepcionalizadas do limite do teto.

O Goldman Sachs disse que uma reeleição de Bolsonaro traria risco fiscal menor do que cenário de vitória de Lula, bem como um ambiente mais favorável ao setor privado, agenda reformista e esforço renovado para redução da máquina pública, mas também significaria "continuação de condições instáveis de governabilidade".

Eventual governo Lula, por sua vez, provavelmente buscará aumentar impostos e gastos e priorizará o setor público e empresas estatais como motores do crescimento, disseram os especialistas do banco.

"Tal estratégia pode levar a um maior crescimento do consumo no curto prazo, mas também inflação elevada e maiores déficits fiscais e em conta corrente. No médio prazo, uma estratégia de taxar e gastar implicaria maior prêmio de risco fiscal (maior dívida) e menor crescimento potencial."

Por outro lado, as propostas de Lula são vistas como comparativamente mais comprometidas com uma agenda de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês), apontaram Ramos e Muta.

Lula tem mostrado vantagem confortável sobre Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto.

 

(Por Luana Maria Benedito)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

2 comentários

  • Ivan Oliveira Miguelopolis - SP

    Quem inventou essa tal de ESG ,que aplique no seu pais !!!

    2
    • QUINCAS BERRO D'ÁGUA Rondonopolis - MT

      Ivan, veja só como funcionam essas noticias de merda, desde o inicio do governo Bolsonaro o sistema financeiro, bancos, corretoras, os cambau, dizem que o fiscal do governo vai deteriorar e até hoje não deteriorou, nem vai. Com o mula isso é certo, então comparam duas coisas incomparáveis para defender um cachaceiro vagabundo que essa mesma elite financeiro sabe que vai lhes dar muito dinheiro. A palavra é essa mesmo, mula vai tirar de quem trabalha para encher o rabo desses outros vagabundos.

      9
    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      São os vendedores de conversa fiada.

      7
    • QUINCAS BERRO D'ÁGUA Rondonopolis - MT

      Sr. Meloni, o malas sofre de diarréia mental, quando vem ele não consegue segurar as merdas que pensa e não fala, caga pela boca.

      2
  • VINICIUS MORENO Umuarama - PR

    PÔ, mas colocam o Bolsonaro em tudo! O único que governou uma fraudemia/guerra com TETO DE GASTOS! ELE ESTÁ SE SAINDO BEM, AÍ VEM UM "ESPECIALISTA" DE UM BANCO GLOBALISTA DIZER QUE teme proposta do Bolsonaro. Tá de brincadeira! E essa política ESG é nefasta, já acabou com a Europa, agora quer acabar com o Brasil!

    Aqui não! ESG fica para os riquinhos cosmopolitas europeus e etc!

    8
    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      "Senhores" ... TUDO que usa vários adjetivos para definir uma coisa e/ou ação é um eufemismo gramsciano. Essa "nova literatura" foi potencializada pelos intelectuais da Escola de Frankfurt.

      Esses intelectuais fugiram da Alemanha, durante o nazismo e, muitos deles foram acolhidos pelas Universidades dos EUA. Ali, foram chocando os "ovos de serpente" durante décadas e, suas ideias foram sendo duplicadas dentro das universidades mundo afora.

      Uma das estratégias de Gramsci era a hegemonia no campo das ideias. Essa "arma" é a que os amantes do socialismo/comunismo têm maior afinidade pois, organizam-se em corporações e dominam os espaços ... VIVENDO UMA VIDA DE CLASSE MÉDIA ALTA !!!

      4