Ibovespa fecha em queda pressionado por Vale
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, pressionado pelo declínio de Vale, além de um ambiente externo ainda fragilizado por preocupações sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos, que continuou minando Wall Street.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,22%, a 110.546,67 pontos, após trocar de sinal algumas vezes no pregão. O volume financeiro somou 39,8 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,34%, ganhando algum fôlego no final, embora permaneçam os receios sobre o ciclo de aperto monetário norte-americano e seus efeitos na maior economia do mundo.
No Brasil, o IBGE divulgou mais cedo que as vendas no varejo caíram 0,8% em julho sobre junho, em dado com ajuste sazonal, maior declínio para o mês desde 2018 (-0,9%). Na comparação ano a ano, encolheram 5,2%, o que pesou nas varejistas.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,3% na comparação mensal e de queda de 3,50% sobre um ano antes.
De acordo com Eduardo Grübler, gestor de renda variável da Warren, o Ibovespa ensaiou uma recuperação, mas a hesitação do mercado norte-americano, que teve mais dado de inflação na agenda, e os números do varejo afetaram a força compradora.
Ele não descarta uma volta da tendência de baixa nos mercados internacionais, mas avalia que o Ibovespa, apesar da volatilidade, pode continuar mostrando um desempenho melhor.
Na véspera, o Ibovespa caiu mais de 2%, pressionado pela aversão a risco global desencadeada por dados mais fortes do que o esperado sobre a inflação nos Estados Unidos. Em Wall Street, o S&P 500 tombou mais de 4%.
DESTAQUE
- VALE ON caiu 1,83%, a 67 reais, diante da queda de 0,7% do contrato de minério de ferro mais ativo na bolsa de commodities de Dalian, na China, para 720,50 iuanes por tonelada.
- MAGAZINE LUIZA ON perdeu 4,89%, a 4,47 reais, após dados de vendas no varejo mais fracos do que o esperado. VIA ON caiu 3,55% e AMERICANAS ON cedeu 1,88%.
- PETROBRAS PN subiu 1,53%, a 31,12 reais, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior. No setor, 3R PETROLEUM ON avançou 3,72% e PRIO ON fechou com elevação de 5,11%.
- PETZ ON saltou 6,53%, a 10,44 reais, em meio a expectativas com a entrada de novo executivo para a divisão de serviços da empresa. A Petz divulgou que a Atmos alcançou aproximadamente 5,0014% do capital social da companhia.
- COGNA ON valorizou-se 4,03%, a 2,84 reais. A empresa de educação disse que a BlackRock alcançou uma participação de 10,02% do total de ações da empresa. No setor, YDUQS ON caiu 2,7%.
- ENEVA ON perdeu 2,52%, a 15,47 reais. Analistas do Itaú BBA cortaram a recomendação para as ações da empresa de energia para 'market perform', avaliando que a relação risco versus retorno da companhia não é mais atrativa.
- AMBIPAR ON avançou 7,52%, a 29,73 reais, após a empresa de serviços ambientais anunciar que sua subsidiária Ambipar Response comprou a norte-americana Witt O’Briens, em transação avaliada em 161,5 milhões de dólares ('enterprise value').
(Edição Aluísio Alves e André Romani)
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