Demanda por gasolina/etanol melhora no Brasil, mas segue abaixo de 2019, aponta S&P

Publicado em 24/08/2022 13:24

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Por Rafaella Barros

(Reuters) - A demanda por gasolina C e etanol hidratado deve crescer gradualmente no Brasil no curto prazo, até o fim do ano, em função das isenções fiscais e das reduções de preços, segundo o mais recente relatório Latin American Oil Market Forecast, da S&P Global Commodity Insights.

Apesar da recuperação que já vem registrando, a demanda pelos combustíveis do chamado Ciclo Otto ainda não atingiu os níveis pré-pandêmicos, diz a pesquisa antecipada à Reuters, mostrando uma redução de 35.000 barris no consumo de gasolina equivalente por dia entre janeiro e junho na comparação com o mesmo período de 2019, apesar de um ganho de 30.000 na comparação com 2021.

O relatório projeta uma alta de 20.000 barris por dia na demanda por gasolina/etanol hidratado no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, mas ainda 5.000 barris abaixo do mesmo período de 2019.

"A recuperação da demanda este ano foi retardada por uma série de fatores: preços de referência da gasolina muito fortes, inflação alta, crescimento econômico modesto, taxas de desemprego persistentemente altas...", disse o gerente de análise de preços de petróleo e perspectivas regionais da S&P Global Commodity Insights, Lenny Rodriguez.

Ele lembrou que os preços da gasolina e etanol só recuaram recentemente com as medidas tributárias e uma redução no valor do petróleo ante as máximas do ano, um fator favorável para o consumo.

Ponderou também que houve "alguns progressos notáveis nos últimos meses" na taxa de desemprego, mas que possivelmente algumas mudanças de comportamento do consumidor --por exemplo, uma parte da força de trabalho pode ter transitado total ou parcialmente para um esquema de trabalho remoto-- ajudam a manter a demanda por etanol e gasolina abaixo do patamar pré-pandemia.

DIESEL

Para o diesel, a consultoria avalia que os preços devem se manter fortes no mercado global até o final do ano, em linha com a avaliação feita pela Petrobras no mês passado.

"A incerteza sobre o fornecimento de diesel da Rússia para a Europa continua dando suporte, bem como o baixo nível de estoques de derivados em todos os principais centros comerciais, como Estados Unidos e Cingapura", disse.

Desde julho, a Petrobras já reduziu três vezes o preço da gasolina nas refinarias, e o do diesel, duas vezes, após recuos no preço do petróleo e derivados no mercado internacional.

Mas esta semana os preços do petróleo tiveram uma alta, voltando a operar acima de 100 dólares o barril, com setor focando indicações de que a Opep+ pode cortar a produção, no caso de um acordo nuclear com o Irã que traria o produto iraniano ao mercado.

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Fonte:
Reuters

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