Dólar vai abaixo de R$5,10 com mercado digerindo ata do Copom e IPCA antes de dado de inflação dos EUA

Publicado em 09/08/2022 10:42

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O dólar caía e chegou a ir abaixo de 5,10 reais mais cedo nesta terça-feira, conforme investidores digeriam a ata da última reunião de política monetária do Banco Central e reagiam positivamente à deflação mensal do IPCA em julho, enquanto, no exterior, o clima era de expectativa por dados de preços ao consumidor dos Estados Unidos.

Às 10:23 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,19%, a 5,1042 reais na venda. Na mínima do dia, o dólar chegou a cair 0,40%, a 5,0932 reais, nível que não era visto desde meados de junho.

Na B3, às 10:23 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a 5,1375 reais.

Investidores reagiam nesta sessão à notícia de que o Brasil voltou a registrar deflação mensal em julho pela primeira vez desde meados de 2020, com o IPCA caindo 0,68%, menor taxa desde o início da série histórica, em janeiro de 1980. A alta do índice em 12 meses desacelerou a 10,07%, contra 11,89% no mês anterior.

"Muito provavelmente o mercado deve reagir de forma mais positiva, dado que a gente tem uma inflação acalmando... isso pode trazer mais alívio aos ativos de risco", comentou Caio Tonet, sócio fundador da W1 Capital.

No entanto, ele ressaltou que participantes do mercado tanto brasileiro quanto internacional também estão muito atentos a dados de inflação dos Estados Unidos com divulgação agendada para quarta-feira, que têm o potencial de impactar os mercados do mundo inteiro com força.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes cedia 0,23% nesta manhã, enquanto moedas de países emergentes tinham desempenho misto, às vésperas da publicação da leitura de julho do índice de preços ao consumidor dos EUA.

Qualquer surpresa para cima na inflação norte-americana pode reforçar expectativas de manutenção de um ritmo agressivo de aperto monetário por parte do Federal Reserve, que já subiu os juros em 2,25 ponto percentual desde março deste ano, e impulsionar o dólar globalmente.

Apostas de que o banco central dos EUA promoverá novo ajuste de 0,75 ponto em sua taxa básica em setembro ganharam força na semana passada após um relatório de empregos inesperadamente robusto, mas, após salto inicial, o índice do dólar perdeu terreno desde então, já que o sinal de resiliência do mercado de trabalho norte-americano reduziu temores de recessão.

De volta ao Brasil, participantes do mercado ainda digeriam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que, depois de indicar na semana passada que poderá encerrar seu agressivo ciclo de aperto com um ajuste residual dos juros em setembro, afirmou nesta terça que avaliará se somente a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo assegurará o cumprimento de seu objetivo de controle inflacionário.

O movimento do dólar contra o real nesta manhã --que, se mantido até o fim do pregão, marcará uma quarta depreciação diária consecutiva-- vem depois de a moeda norte-americana já ter caído 1,07% na véspera, a 5,1137 reais, acumulando baixa de mais de 3% nas últimas três sessões.

Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG, disse em nota que o mercado brasileiro tem se beneficiado de posição técnica "bastante saudável", que "tem ajudado a sustentar o movimento positivo recente e pode estendê-lo, caso um ambiente mais construtivo se desenvolva nos próximos meses". No entanto, ele alertou para "muita volatilidade, a despeito de meu viés mais construtivo com os ativos locais", em meio à incerteza eleitoral local e a cenário internacional "desafiador".

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Fonte:
Reuters

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