PIB dos EUA tem nova contração no 2° tri; pedidos de auxílio-desemprego recuam
A economia dos Estados Unidos contraiu novamente no segundo trimestre em meio ao aperto agressivo da política monetária do banco central para combater a alta inflação, o que pode alimentar temores do mercado financeiro de que a economia já esteja em recessão.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu a uma taxa anualizada de 0,9% no último trimestre, disse o Departamento de Comércio em sua estimativa antecipada do PIB nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam uma recuperação do PIB a uma taxa de 0,5%.
As estimativas variaram de uma contração de 2,1% a um ritmo de crescimento de 2,0%. A economia contraiu a um ritmo de 1,6% no primeiro trimestre.
O segundo declínio trimestral consecutivo do PIB atende à definição padrão de recessão.
Mas o escritório nacional de estatísticas dos EUA, o árbitro oficial das recessões no país, define uma recessão como "um declínio significativo na atividade econômica espalhada por toda a economia, com duração superior a alguns meses, normalmente visível na produção, emprego, renda real, e outros indicadores".
O crescimento do emprego atingiu uma média de 456.700 vagas por mês na primeira metade do ano, o que está gerando fortes ganhos salariais. No entanto, riscos de uma recessão aumentaram. A construção e a venda de moradias enfraqueceram, enquanto o sentimento de consumidores e empresários piorou nos últimos meses.
A Casa Branca está energicamente contestando comentários sobre a ameaça de recessão, conforme busca acalmar os eleitores antes das eleições de meio de mandato de 8 de novembro, que decidirão se o Partido Democrata, do presidente Joe Biden, manterá o controle do Congresso.
Um relatório paralelo do Departamento do Trabalho norte-americano mostrou nesta quinta-feira que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 5 mil, para leitura ajustada sazonalmente de 256 mil, na semana que teve fim em 23 de julho. Economistas consultados pela Reuters previam 253 mil solicitações para a semana passada.
Os pedidos de auxílio-desemprego continuam abaixo da faixa de 270 mil a 350 mil que economistas dizem sinalizar um aumento na taxa de desemprego. Mesmo assim, a desaceleração do crescimento econômico pode encorajar o Fed a reconsiderar seus robustos aumentos de juros, embora isso dependa do caminho da inflação, que está bem acima da meta do banco central, de 2%.
O Fed elevou na quarta-feira sua taxa de juros em outros 75 pontos-base, levando o aumento total dos custos dos empréstimos desde março para 225 pontos-base. O chair do Fed, Jerome Powell, reconheceu o resfriamento da atividade econômica como um resultado da política monetária mais rígida.
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