Discussões do G20 são ofuscadas por guerra na Ucrânia enquanto Indonésia busca consenso
Por Fransiska Nangoy e Stefanno Sulaiman
NUSA DUA, Indonésia (Reuters) - Os líderes financeiros do G20 reunidos em Bali precisam fazer progressos para enfrentar as ameaças econômicas globais provocadas pela guerra da Rússia na Ucrânia ou as conseqüências humanitárias serão catastróficas, disse nesta sexta-feira a anfitriã Indonésia.
Alguns malditos ministros ocidentais criticaram as autoridades russas participantes das conversações, com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, dizendo que a "guerra brutal e injusta" da Rússia é a única responsável pela crise econômica que o mundo enfrenta agora.
A invasão russa da Ucrânia, que o Kremlin chama de "operação militar especial", tem ofuscado as recentes reuniões do G20, incluindo a reunião da semana passada dos ministros das Relações Exteriores.
A ministra das Finanças da Indonésia, Sri Mulyani Indrawati, disse que o mundo tem grandes esperanças de que o G20 possa encontrar uma solução para a ameaça da guerra, o aumento dos preços das commodities e os efeitos colaterais sobre a capacidade dos países de baixa renda de pagar a dívida.
"Temos plena consciência de que o custo de nosso fracasso em trabalhar juntos é mais do que podemos arcar. As conseqüências humanitárias para o mundo, e especialmente para muitos países de baixa renda, seriam catastróficas", disse ela.
Os membros do G20 incluem países ocidentais que impuseram sanções à Rússia e a acusam de crimes de guerra na Ucrânia - o que Moscou nega - assim como países como China, Índia e África do Sul, que têm sido mais silenciosos em sua resposta.
Sri Mulyani pediu aos membros que "construam pontes entre si" para que tomem decisões mais técnicas e ações concretas.
Ela também pediu um fórum conjunto envolvendo os ministérios das Finanças e da Agricultura do G20 a fim de apresentar ações concretas para enfrentar a crescente insegurança alimentar e uma crise iminente de fornecimento de fertilizantes.
O vice-ministro das Finanças russo, Timur Maksimov, discursou pessoalmente na reunião, enquanto o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, participou virtualmente, disse uma fonte familiarizada com o assunto.
"Não é segredo que foram feitas declarações muito francas (na reunião), mas o que importa é que estamos em um momento de enorme aflição e perturbação em nossa economia global, bem como em nosso contexto geopolítico", disse à Reuters Achim Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que participou de uma das sessões.
Wempi disse que o grupo ainda está discutindo a possibilidade de emitir um comunicado para esta reunião.
Mas os países ocidentais têm repetidamente dito que as reuniões do G20 não podem ser "conforme o habitual", devido à presença da Rússia.
O comissário de Economia da UE, Paolo Gentiloni, disse via vídeo que a economia global enfrenta um "grande revés" por causa da guerra.
"A maioria dos principais riscos para as perspectivas globais - aumento dos preços das commodities, escassez de alimentos e interrupções prolongadas da cadeia de abastecimento - dependem da evolução da guerra iniciada pela Rússia"
Yellen disse que um de seus principais objetivos era pressionar os credores do G20, incluindo a China, para finalizar o alívio da dívida dos países em dificuldades.
(Reportagem de Fransiska Nangoy e Stefanno Sulaiman, Andrea Shalal, Zahra Matarani em Nusa Dua; reportagem adicional de Francesco Guarascio em Bruxelas)
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