Ibovespa mostra fraqueza em dia marcado por expectativa pela ata do Fed

Publicado em 06/07/2022 12:06

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O Ibovespa mostrava certa hesitação nesta quarta-feira, em sessão marcada por intenso noticiário corporativo no Brasil, conforme persistentes preocupações com o ritmo da atividade econômica mundial dificultam uma recuperação vigorosa.

Às 11:53, o Ibovespa caía 0,3%, a 98.000,08 pontos, sem fôlego para sustentar a tentativa de recuperação ensaiada mais cedo, quando chegou a 99.141,21 pontos. O volume financeiro somava 6,6 bilhões de reais.

Investidores aguardam a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, prevista para a parte da tarde (15h, horário de Brasília), que pode dar sinais sobre os próximos passos do banco central norte-americano.

Preocupações de que BCs de países desenvolvidos talvez precisem promover um aperto monetário mais forte para combater a inflação têm minado a confiança nos mercados, em razão do risco de uma recessão na economia global.

Na visão da equipe da corretora Tullett Prebon no Brasil, a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed "é o evento do dia".

Em relação ao Brasil, agentes financeiros continuam avaliando riscos fiscais, embora tenham alívio nas notícias de que o texto da PEC dos Benefícios, também conhecida como PEC Kamikaze, aprovado no Senado não deve sofrer mudanças na votação na Câmara dos Deputados.

Do ponto de vista técnico, a equipe do Safra afirma que o Ibovespa segue em tendência de baixa no curto prazo e encontra suporte na faixa de 93.500 pontos, enquanto, do lado da alta, o índice encontra resistência em 100.700 pontos.

DESTAQUES

- HYPERA PHARMA ON avançava 5,6%, após notícia sobre eventual fusão envolvendo a farmacêutica. Uma fonte ouvida pela Reuters disse que a companhia discutiu com rivais - Grupo NC, dono da EMS, e Eurofarma - uma potencial transação, mas que as conversas estão inativas. A Hypera negou que tenha contratado banco para assessorá-la em processo de fusão e aquisição e que esteja conversando sobre fusão com empresas do setor.

- MULTIPLAN ON subia 3%, após divulgar que as vendas totais nos shopping centers da companhia no segundo trimestre subiram 64,5% ante o mesmo período do ano passado, para 4,9 bilhões de reais, recorde para um segundo trimestre. Analistas do BTG Pactual consideraram os números "muito fortes", acrescentando que reforçam a visão positiva deles para os shoppings brasileiros e reiterando recomendação de "compra" para os papéis da Multiplan.

- CCR ON valorizava-se 2,9% após acordo entre Itaúsa e Votorantim para compra da participação detida pela Andrade Gutierrez no grupo de concessões de infraestrutura por 4,1 bilhões de reais. ITAÚSA PN tinha queda de 0,24%. Além do prêmio sobre os preços da ação, analistas do Bradesco BBI destacaram que a notícia é positiva para a CCR, pois, se aprovado pelo Cade, pode fortalecer a estrutura de governança corporativa da empresa.

- PETROBRAS PN recuava 3,5%, em mais uma sessão de fraqueza dos preços do petróleo no exterior, acentuando as perdas da véspera, quando as cotações do Brent desabaram 9,5%. Nesta sessão, o Brent perdia cerca de 2,6%. No setor, 3R PETROLEUM ON registrava um declínio de 7,2% e PETRORIO ON perdia 5,15%.

- GOL PN caía 4,1% e AZUL PN cedia 3,6%, ampliando as perdas da véspera. A Petrobras promoveu mais um aumento no preço médio do querosene de aviação (QAV), agora em torno de 3,9%. Ainda de pano de fundo, o dólar superou 5,40 reais mais cedo, enquanto o Barclays cortou o ADR da Azul para "underweight" e o seu preço-alvo de 17 para 7 dólares e reduziu o ADR de Gol para "equal-weight", diminuindo o preço-alvo de 9 para 4 dólares.

- AMBIPAR ON disparava 13,4%, maior alta do índice Small Caps, após a empresa de serviços ambientais Ambipar divulgar mais cedo que sua subsidiária Emergência Participações firmou um acordo com a HPX para formar a Ambipar Emergency Response, que terá ações listadas em Nova York.

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Fonte:
Reuters

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