Dólar recua ante real com alívio por China dividindo foco com fiscal doméstico
O dólar engatava queda contra o real nesta terça-feira, com o alívio global após a decisão da China de relaxar regras de quarentena dividindo atenções com temores fiscais domésticos, enquanto investidores também aguardavam a divulgação de dados econômicos norte-americanos ao longo desta semana.
Às 10:12 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,55%, a 5,2062 reais na venda. A divisa foi de 5,2456 reais na cotação máxima da sessão (+0,20%) para 5,1951 reais no menor nível do dia (-0,77%).
Na B3, às 10:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,68%, a 5,2120 reais.
O bom humor prevalecia nos mercados internacionais depois que a China reduziu pela metade o tempo de quarentena exigido para a entrada de viajantes, em notável flexibilização de uma das mais rígidas medidas de restrição contra a Covid-19 do mundo.
A decisão prolongava um rali nos preços de produtos como petróleo e minério de ferro, o que se refletia no desempenho de algumas moedas sensíveis às commodities. Dólar australiano e peso chileno, por exemplo, avançavam nesta manhã, embora peso mexicano e rand sul-africano tivessem perdas.
Nos mercados de ações, as bolsas europeias e os futuros de Wall Street operavam no azul, liderados pelo setor de commodities.
No Brasil, o foco está no parecer da chamada PEC dos Combustíveis, que deve trazer volatilidade para os mercados de câmbio, juros e ações devido a incertezas sobre os gastos públicos, disse em postagem no Twitter Jerson Zanlorenzi Jr., responsável pela mesa de ações e derivativos do BTG Pactual.
O relator dessa proposta de emenda à Constituição, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), anunciou por meio de sua assessoria de imprensa uma entrevista coletiva para as 18h desta terça-feira sobre seu parecer para a medida --que pretende destinar recursos para a ampliação de benefícios, como o Auxílio Brasil e o vale-gás, e a criação do chamado "voucher caminhoneiro".
Agentes do mercado local também apontavam a aproximação do final de junho como possível fonte de volatilidade para os próximos dias de negociação, devido à formação da Ptax. Esta é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve como referência para algumas operações financeiras. Ao fim de cada mês, operadores tentam direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições.
Enquanto isso, investidores monitorarão dados dos Estados Unidos nesta terça-feira para avaliar a saúde da economia norte-americana, disseram em nota estrategistas da XP, citando entre os pontos de destaque a leitura de confiança do consumidor a ser divulgada às 11h (de Brasília). "Vale pontuar que os temores de uma recessão aumentaram recentemente, à medida que o Federal Reserve tenta combater a inflação crescente com aumentos agressivos das taxas de juros."
Vários participantes do mercado também chamavam a atenção para a divulgação, na quinta-feira, do índice de preços PCE, a medida favorita de inflação do banco central dos EUA. Essa leitura pode fornecer pistas sobre o quão rígido será o Fed no aperto de sua política monetária.
Na véspera, a moeda norte-americana spot fechou em queda de 0,32%, a 5,2352 reais.
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