Boi: Semana inicia com morosidade de negócios, porém oferta enxuta ainda repercute em ascensão de preços
Como eventual movimento de segunda-feira, o mercado apresentou baixa liquidez e certa morosidade na formação dos preços referenciais para a arroba bovina. Indústrias costumam ficar ausente dos negócios nos primeiros momentos do dia, de modo a avaliar o resultado das vendas de carne bovina ao longo do final de semana prolongado, a fim de estabelecer suas estratégias de retomada às compras de gado. Porém, cabe destacar o encurtamento das escalas de abate por efeito da enxuta oferta de animais terminados. Neste mesmo sentido, pecuaristas optam por absterem-se das negociações, aguardando melhores condições de preços, enquanto o viés do mercado é de pressão altista em grande parte das praças pecuárias do país.
Nesta segunda-feira, pôde-se observar que a grande maioria das unidades de abate espalhadas pelo país dispõem de escalas mais apertadas quando comparadas ao observado em semanas anteriores. Algumas semanas atras, ainda era possível observar indústrias com programações de abate que atendiam entre 7 e 10 dias, neste momento, as escalas encontram-se não mais que 5 dias.
O volume enxuto de animais, efeito do avanço da entressafra do boi, reduziu a formação de escala em volumes mais confortáveis, trazendo forte pressão às indústrias, efeito da dificuldade na originação. Abril e maio houve registros recordes de abate, sobretudo impulsionado por novilhas e vacas, exaurindo a oferta de animais terminados a pasto neste período de junho, qual deve perdurar por pelo menos até o final de julho.
Os preços seguem em toada positiva, no MS Dourados, houve avanço nos preços de R$ 290 para R$ 300 e em MS-Campo Grande de R$ 290 para R$ 295. Em RO, a oferta de animais começou a registrar sinais de exaustão e os preços evoluíram de R$ 250 para R$ 255.
O viés altista deve seguir por todo país, ao passo em que as indústrias retomem os movimentos de compras de gado nesta terça-feira, com possibilidade de novos ajustes de preços. Os lotes negociados envolvem volumes pequenos de animais. Pecuaristas que arriscaram efetuar confinamento com entrega de animais neste período ainda devem vislumbrar cenário altista e melhores condições.
Por outro lado, as indústrias frigoríficas devem tentar oferecer alguma resistência ao cadenciar o ritmo de aquisições de animais, visando conter que estes avanços se repiquem por todo o país em uma velocidade mais forte do que a observada. Há uma preocupação com a capacidade de absorção desses patamares à ponta final, consumidor. Assim efetuam as compras para atender seus contratos, por muitas vezes em detrimento às exportações, e logo se ausentam ou reduzem a intensidade dos negócios. Neste sentido, o mercado deve permanecer firme.
Após a volta do final de semana com feriado prolongado, as vendas de carne bovina no mercado atacado continuaram regulares comparadas à semana anterior. O varejo registrou sinais de melhora com procura mais ativa por parte do consumidor final. Embora o avanço da demanda registrada não seja excessivamente expressivo, fundamentou o avanço dos preços de cortes na cadeia de distribuição, ao passo em que a indústria adapta de forma mais apertada a produção para distribuição no mercado doméstico. Para a semana em curso, deve esperar ritmo mais ameno, diante da sazonalidade do mês.
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