Mercado da soja tem semana agitada, com foco no clima e financeiro em Chicago e dólar no Brasil
A semana, mais uma vez, foi de altas e baixas para os preços da soja e terminou com as cotações no vermelho. Os futuros da oleaginosa terminaram o pregão desta sexta-feira (17) com perdas de 5,75 a 8,75 pontos, com o julho valendo US$ 17,02 e o agosto, US$ 16,22 por bushel. O movimento do mercado foi mais cauteloso, com os investidores na defensiva à espera de novas notícias e diante de um feriado nos EUA na segunda-feira (20), em que as bolsas não funcionam.
Já no Brasil, apesar do dólar favorecendo a formação dos preços, os negócios caminharam de forma limitada com o feriado de Corpus Christi nesta quinta-feira (16), que se prolongou para algumas regiões, deixando as atividades ainda paradas ou acontecendo apenas em partes.
Nesta sexta, de acordo com informações da Safras & Mercado, "o mercado brasileiro de soja teve um dia de escassos negócios e de preços regionalizados, predominando as perdas. As cotações estiveram praticamente nominais, em meio à falta de interesse dos negociadores".
Ainda de acordo com os analistas da Safras, o recuo dos preços da commodity na CBOT "determinou a semana de fraca comercialização", porém, "a alta do dólar frente ao real amenizou a pressão sobre os preços domésticos".
No levantamento feito pelo Notícias Agrícolas, o porto de Paranaguá encerra a semana com R$ 201,00 por saca no disponível, enquanto fecha com R$ 201,50 para julho, ambos os indicativos estáveis nesta sexta. No terminal de Rio Grande, R$ 201,50 no spot e R$ 201,00 para julho, também sem variação.
Apesar de poucos negócios, os preços são bons e bem reumuneradores para o produtor brasileiro. "Estamos vivendo um momento de dólar valorizado em cima de questões políticas, e essas notícias, amanhã ou depois perdem forças (...) E aí é preciso atenção do produtor", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
MERCADO INTERNACIONAL
O mercado teve mais uma semana agitada e agora se mostra mais cauteloso, também pelo feriado nos EUA na próxima segunda-feira, dia 20 de junho, dia em que as bolsas não funcionam. Mais do que isso, os traders precisam de mais novidades para seguirem se posicionando.
Embora ainda haja muita influência do financeiro turbulento, os traders mantêm seu foco sobre os fundamentos, em especial o clima nos Estados Unidos. As condições esperadas para os próximos dias chamam atenção, já que os mapas sinalizam chuvas mal distribuídas e temperaturas mais elevadas na semana que vem.
E embora para algumas regiões esse quadro possa ser favorável, traz certa preocupação ao mercado, já que a nova safra americana é muito esperada para começar a retomar o equilíbrio entre oferta e demanda.
Para o analista de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, "a próxima semana pode ser explosiva para as cotações em Chicago com a continuidade do clima quente e seco nos Estados Unidos". Mais do que isso, afirma também que o mercado está bastante atento aos dados de área que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisa no relatório do dia 30 de junho.
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Há ainda a influência do conflito entre Rússia e Ucrânia, dos lockdowns na China e de seu impacto sobre o consumo chinês.
"A semana foi pra lá de turbulenta. Os destaques foram p maior ciclo de aperto monetário nos EUA desde 1994-95; BC´s sincronizados, trazendo forte redução da liquidez; Combustíveis caros e menor crescimento global; a presença do La Niña e seus efeitos", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
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