Entidades alertam para risco de desabastecimento de diesel no Brasil; Petrobras em alerta
Entidades ligadas ao setor petrolífero do Brasil, de importadores a caminhoneiros, têm alertado para o risco de desabastecimento de diesel no país. O cenário acompanharia os baixos estoques mundiais.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), por exemplo, emitiu nota na última terça-feira (24) temendo desabastecimento no mercado interno já a partir do segundo semestre deste ano.
"Apesar de ser autossuficiente na produção de petróleo, o Brasil importa atualmente cerca de 25% de suas necessidades de diesel no mercado interno, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), devido à baixa utilização das refinarias brasileiras e a não conclusão de obras importantes no setor", disse a FUP.
Na visão da entidade, a demanda brasileira pelo produto tende a aumentar a partir de junho/julho próximo com o aumento da safra agrícola, a maior circulação de caminhões e a esperada retomada do consumo no período pós-pandemia.
Em entrevista para a Agência Estado, a Abicom também disse que o Brasil não deve passar ileso com a escassez global do produto.
"Exigimos transparência com relação ao estoque de diesel para o mercado interno", pediu em nota a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
Nesta sexta-feira (27), o diesel, combustível de origem fóssil, que acompanha as oscilações do petróleo, tinha uma defasagem de 4% no mercado interno em relação ao mercado internacional. Ou seja, a Petrobras precisaria reajustar os preços em quase R$ 0,20 por litro para acompanhar o exterior.
Na última semana, a ANP levantou que o preço médio do diesel ficou em R$ 6,943/l, ante R$ 6,847 na anterior.
Antes do feriado prolongado de Memorial Day, nos Estados Unidos, início da temporada de pico de demanda no país norte-americano, o mercado do petróleo subia e, tanto o WTI quanto o Brent, estavam acima dos US$ 115 o barril. Além disso, há o monitoramento sobre a imposição de uma proibição total ao petróleo bruto russo, o que reduziria a oferta global.
“A demanda é forte com produtos que lideram o caminho, especialmente a gasolina, que arrastou o petróleo bruto com ela”, disse à Reuters John Kilduff, sócio da Again Capital LLC.
PETROBRAS EM ALERTA
O temor, apesar de não ser iminente, já colocou a Petrobras em alerta. De acordo com a Agência Estado, com base no relato de fontes ligadas ao assunto, um ofício da companhia foi enviado no início para o Ministério de Minas e Energia (MME) com foco na situação.
O objetivo do documento seria para evitar que uma escassez de combustível prejudique a companhia, que tem alertado constantemente o governo sobre o cenário.
Com informações da Agência Estado
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