Tereos e BP Bunge trocam peças em projeto que reduz custos e impactos ambientais
Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) – A francesa Tereos e a BP Bunge Bioenergia anunciaram, de forma inédita, que realizarão trocas de peças industriais, sobretudo as de reposição automotiva para tratores e colhedoras, para reduzir impactos financeiros e ambientais, informaram as companhias nesta terça-feira.
As empresas do setor de açúcar, etanol e bioenergia farão trocas de cerca de seis toneladas de materiais funcionais, em plena vida útil, no valor de 260 mil reais.
A operação será realizada por meio do projeto Surplus, da CH Master Data, que identifica oportunidades de sinergia para dar uma nova destinação aos materiais, em momento em que os preços dos equipamentos estão em alta.
Apenas no setor agropecuário há um potencial de cerca de 200 milhões de reais a ser destravado com as trocas, de acordo com levantamento da CH Master Data, responsável pelo processo de cadastro de materiais das empresas.
“Considerando a estratégia da companhia e a atual situação inflacionária do mercado… Acreditamos que estamos construindo no agronegócio um processo inovador que pode gerar valor para a Tereos e outras empresas além de dar continuidade a nossas iniciativas de otimizar nossa cadeia de fornecimento”, disse em nota o diretor de Suprimentos da Tereos, Carlos Martins.
Os valores dos itens são mais competitivos, com alguns materiais chegando a custar até 70% do preço de peças novas.
Na BP Bunge, o foco da área de suprimentos está na otimização de seu estoque para garantir um fluxo de reposição permanente.
“Uma gestão de materiais eficiente atua na busca contínua por otimizações, que visam alta disponibilidade de itens com baixo valor de estoque (baixa cobertura), sem excesso de gastos”, acrescentou o diretor de Suprimentos da BP Bunge, André Monteiro, no comunicado.
Por meio de uma base de dados, que já conta com cerca de três milhões de itens mapeados, a plataforma da CH Master Data faz um cruzamento dos dados e localiza quais itens de um cliente podem agregar valor a outro e vice-versa.
A troca é feita seguindo padrões de compra e venda convencionais das companhias e de suas respectivas áreas de atuação, disse a Tereos.
Segundo a companhia, a iniciativa permite amenizar impactos financeiros da operação industrial sem a necessidade, por exemplo, de as empresas assumirem prejuízos com aprovisionamentos de compras e reposição de peças.
No médio prazo, as companhias acreditam que o principal benefício da troca e reutilização de materiais está relacionado ao meio ambiente. A destinação de insumos não usados reduz o impacto na geração de resíduos.
(Por Nayara Figueiredo)
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