Açúcar volta aos US$ 19 c/lb nesta 6ª feira em NY com disparada do petróleo

Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (04) com altas próximas dos 2% nas bolsas de Nova York e Londres. O dia foi de atenção para as oscilações do petróleo, apesar de seguir atenção para as origens produtoras.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York saltou 2,22%, cotado a US$ 19,35 c/lb, com máxima de 19,48 c/lb e mínima de 18,81 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento do adoçante subiu 1,93%, negociado a US$ 532,30 a tonelada.

Na semana, o primeiro vencimento saltou 7,50%.

O mercado do açúcar foi favorecido no dia pelas altas expressivas do petróleo no cenário internacional, com o WTI e o Brent acima do patamar de US$ 100 o barrill. A decisão sobre o mix das usinas é impactada com as oscilações do óleo.

"A invasão da Ucrânia pela Rússia significa que os temores sobre o fornecimento permanecerão na frente e no centro [do mercado]", disse nesta sexta para a agência de notícias Reuters Stephen Brennock, da corretora de petróleo PVM.

Com o petróleo mais caro, em meio subida recente, a gasolina sobe e o etanol tende a acompanhar, reduzindo a cana destinada para açúcar. Apesar disso, há pressão no mercado com possibilidade de aumento da oferta com acordo nuclear iraniano.

Apesar do cenário de alta no mercado, há acompanhamento das melhores expectativas com as origens asiáticas, além da nova safra do Brasil.

"Houve alguma piora adicional nos relatórios para melhores condições de cultivo para as culturas nas áreas Centro-Sul do Brasil, mas as usinas brasileiras estão produzindo etanol e não açúcar", destacou Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group.

Do lado da demanda por açúcar, o Brasil exportou 1,72 milhão de toneladas de açúcares e melaços em todo o mês de fevereiro com receita acumulada de US$ 652,71 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na quinta.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar ainda operam ao redor de R$ 130 a saca no mercado brasileiro. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou na estabilidade, negociado a R$ 132,99 a saca de 50 kg.

"Algumas usinas estiveram flexíveis em baixar os valores de suas ofertas para o Icumsa 180, devido sobretudo à resistência de compradores. A demanda pelo cristal no spot tem sido baixa desde janeiro, início oficial da entressafra 2021/22, pois compradores abasteceram-se anteriormente para este período", disse o Cepea.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 152,97 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,42 c/lb - estável.

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