Café encerra com mais de 900 pts de alta ainda com suporte na queda dos estoques certificados e preocupação com logística
O mercado futuro do café arábica encerrou as negociações desta quarta-feira (9) com expressiva valorização para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). O mercado reage à maior queda nos estoques certificados dos últimos 22 anos na ICE para 1.060.424 de sacas. Em um mês os estoques recuaram 450 mil sacas e esta é a segunda vez, durante a pandemia, que os estoques de café caem para níveis históricos.
Março/22 teve alta de 940 pontos, negociado por 258,35 cents/lbp, maio/22 teve alta de 905 pontos, cotado por 258,45 cents/lbp, julho/22 tinha valorização de 885 pontos, valendo 257 cents/lbp e setembro/22 teve alta de 875 pontos, cotado por 255,35 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também avançou nesta quarta-feira. Março/22 teve alta de US$ 24 por tonelada, valendo US$ 2270, maio/22 teve valorização de US$ 25 por tonelada, cotado por US$ 2259, julho/22 teve alta de US$ 25 por tonelada, valendo US$ 2244 e setembro/22 registrou alta de US$ 23 por tonelada, valendo US$ 2237.
"O problema logístico atualmente continua, o frete mais caro e a falta de espaço nos navios. E essa queda nos estoques deve continuar acontecendo, não tende a parar", comenta Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria. Explica ainda que além da logística que atrasa os embarques do Brasil, com o preço em alta contínua, é muito mais barato para o importador consumir o café que já está em território americano.
"Os estoques têm preços inferiores aos preços atuais. O mercado se preparou para essa alta, e claro que é muito mais barato forçar o consumo do café que já está por lá", acrescenta. É importante ressaltar que os Estados Unidos está no pico do Inverno, o que aquece ainda mais a demanda. Além disso, na segunda-feira, os estoques de café robusta monitorados pela ICE caíram para uma baixa com 9.061 lotes na quarta-feira.
A análise internacional do site Barchart, a oferta global de café está diminuindo depois que a Organização Internacional do Café (OIC) na terça-feira cortou sua estimativa de superávit global de café para 1,20 milhão de sacas de uma estimativa de janeiro de 2,41 milhões de sacas para 1,20 milhão de sacas. A OIC também informou que as exportações globais de café em 2021/22 de 1º de outubro a 31 de dezembro caíram -1,6% a/a para 31,289 milhões de sacas
Apesar da valorização, o produtor brasileiro pouco participa do mercado. De acordo com o analista, por aqui o cafeicultor ainda aguarda por novos preços e espera pela colheita para saber o real impacto das condições climáticas na safra 22. As chuvas das últimas semanas são positivas para recuperação da planta para 2023. Um dos desafios para o produtor, de acordo com o especialista, é justamente fazer essa equalização entre custo e o preço de venda.
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