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Levantamento do Fundecitrus aponta redução do cancro cítrico no cinturão citrícola, mas período chuvoso exige atenção

Publicado em 26/01/2022 16:08
Clima desfavorável em 2021 foi principal responsável pela queda dos índices da doença; alto volume de chuvas nesse início de ano pode levar a novas infecções se o manejo não for realizado corretamente

O cancro cítrico está presente em 10,76% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, o que corresponde a 21 milhões de plantas, de acordo com o último levantamento feito pelo Fundecitrus e divulgado no final de 2021. Contrariando a tendência de aumento dos anos anteriores, houve uma redução de 38% em comparação ao ano anterior.

“Como a ocorrência de chuvas acompanhadas de ventos é a principal forma de disseminação da bactéria que causa o cancro cítrico, a redução da doença já era esperada devido ao clima desfavorável e intensa estiagem no cinturão desde 2020”, explica o pesquisador do Fundecitrus Franklin Behlau.

Baixas incidências não anulam presença da doença e queda prematura de frutos

Apesar da redução da incidência, o cancro cítrico continua presente em todo o cinturão citrícola.

As regiões com maiores incidências são Votuporanga (45,78%) e São José do Rio Preto (37,99%), enquanto as menores incidências estão nas regiões de Altinópolis (0,43%), Itapetininga (1,53%) e Porto Ferreira (1,28%) – entretanto, apesar dos baixos índices, Itapetininga e Porto Ferreira foram as únicas regiões com aumento da doença em 2021.

A incidência também foi maior nas propriedades menores: 28,64% de talhões e 21,21% de árvores doentes em propriedades com até 10 mil árvores, enquanto nas propriedades com mais de 200 mil árvores esses índices foram de 13,24% e 9,10%, respectivamente.

O levantamento também mostrou que as plantas de 3 a 5 anos são as mais afetadas, com 22,33% de talhões e 17,48% de árvores com a presença da doença – enquanto nas outras faixas de idade os valores são mais baixos e similares.

Já o índice de queda prematura de frutos pelo cancro cítrico se manteve estável na comparação com o ano anterior. Na safra 2020/2021, a doença foi responsável por 0,37% da perda de frutos antes da colheita. Isso ocorreu devido ao fato deste índice considerar frutos que foram infectados pela bactéria do cancro cítrico na primavera-verão de 2019/2020, quando os frutos estavam suscetíveis e a favorabilidade e índices da doença foram maiores que em 2021.

Consulte o relatório completo

Períodos chuvosos exigem atenção ao manejo adequado

A menor prevalência do cancro cítrico nos pomares nos últimos meses não indica que o produtor pode relaxar nas medias de manejo da doença, alerta Behlau. “É provável que o cancro cítrico continue presente nas propriedades e que, durante o período chuvoso, novas infeções aconteçam se o pomar não estiver adequadamente protegido”, completa.

O período crítico de ocorrência da doença é durante a primavera e o verão. Portanto, é importante proteger os pomares em produção e em formação com aplicações de produtos à base de cobre em volume de calda adequado para cada situação. “Hoje, é possível neutralizar ou minimizar as perdas pelo cancro cítrico usando menor quantidade de cobre e água nas aplicações, que devem ser realizadas durante período definido para maior eficiência na proteção de frutos”, explica Behlau.

Para a proteção de pomares em produção, a proteção dos frutos com cobre deve ocorrer por até 120 dias após a queda de pétalas ou até os frutos de laranja apresentarem 50 milímetros de diâmetro, ou seja, durante toda a primavera e início do verão. Após esta fase, os frutos estão resistentes e o número de aplicações pode ser reduzido com o objetivo apenas de proteger as brotações. Em pomares com múltiplas floradas, a proteção de frutos deve seguir durante todo o verão até o final do período chuvoso, em março ou abril.

Para pomares em formação, as aplicações também devem ser realizadas durante a primavera e verão em intervalos de 14 a 21 dias ou sempre que houver brotações.

Os produtos mais eficientes são bactericidas à base de cobre fixo como hidróxido de cobre, óxido cuproso e oxicloreto de cobre são os mais eficientes para o controle do cancro cítrico. O volume de calda pode ser definido com base no volume de copas das plantas – recomenda-se a aplicação de 40 a 70 mL/m³ de copa em velocidade de trabalho de 4,5 a 5,5 km/h.

Em pomares jovens são usados 30 a 40 mg de cobre metálico/m³ de copa, em intervalos de 14 ou 21 dias, respectivamente. Em pomares adultos as doses não precisam ultrapassar 0,7 ou 1 kg de cobre metálico/ha para esses intervalos.

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Fonte:
Fundecitrus

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